Oie. Tá em casa?


Espero que você esteja bem e em casa.

Vamos lá. Pela milésima vez prometo tirar a poeira disso aqui. Afinal, mando cartinha mensal sobre marketing para os assinantes do meu site de trabalho, mas sempre acabo abandonando meu site pessoal.

Sei lá. Acho que é o efeito desse monte de rede social. A gente põe foto no Instagram, manda vídeo da criança no Whatsapp pras tias que não têm Instagram, esbraveja sobre política no Twitter, compartilha notícias de corona vírus no Facebook, aí pensa “newsletter pra quê, não é mesmo? Para que manter um blog ativo?”.

Bem, porque rede social não é ativo.

Orkut morreu. MySpace morreu. Friendster morreu. E o Instagram mesmo já não passa muito bem desde que acabou a visualização em ordem cronológica do mais recente para o mais antigo, e passou a decidir o que ele acha que você quer ver (por “relevância”). 

Por e-mail, quem sabe essa cartinha chegue até você.

O que você está fazendo na quarentena?

Eu estou trabalhando de casa, como tenho feito nos últimos anos, só que em outro ritmo: minha filha também está em casa. E criança de 2 anos e 8 meses demanda muita atenção – divido a atenção e as tarefas de casa com Beto, mas sabe como é. Então além de trabalhar e dar dicas de produção de conteúdo e gestão de mídias sociais, tenho brincado de massinha, lido livros infantis, feito colagens, virado “tela” para pintura de rosto (tá tudo aqui), dançado todas as coreografias do Panda e os Caricas, passo horas convencendo a criança a comer um pedaço de panqueca e não aguento mais o canal do Joãozinho.

Este é o Joãozinho:

Joãozinho é um baita de um zé-merdeiro que está sempre aprontando. Ótimo exemplo, só que não.

Enfim, esquece esse negócio de fazer um milhão de cursos e maratonar séries. Daqui a pouco minha filha acorda. 

Mas tenho visto muitas coisas interessantes por aí além das notícias sobre política (PEGA FOGO, CABARÉ) e sobre coronga vírus, e quero compartilhar com você:

  • Hebdromedário do Marcos Faria, uma newsletter semanal de literatura e variedades, com aquele texto maravilhoso do Marcos. Vem do Marcos a dica do fantástico diretório de lives de tudo o que é gênero para você se entreter na quarentena. Fora os vídeos ao vivo do Instagram. Fora os vídeos ao vivo do Facebook. Toda hora tem um monte de vídeo ao vivo. De vez em quando escolho um ou outro pra ver, porque não dá pra ver tudo ao mesmo tempo. Enfim. 
  • Também tenho lido o Boombop Indica, a newsletter semanal da Babee Leal, com dicas de discos, documentários e outras coisas que, na atual conjuntura, dependo que me indiquem mesmo (porque aqui só dá Joãozinho).
  • Museus. Aqui estão dez deles, que você pode explorar do conforto do seu sofá. Além destes, outros museus estão com iniciativas on-line, como o MAR de casa e a exposição de objetos afetivos do MAC Niterói.
  • Também tenho visto as lives do Autoramas, as dicas do sebo Baratos da Ribeiro (você pode comprar pela internet) e juro que tentei ver os curtas-metragens do SXSW, que estão disponíveis na internet pra gente asssistir, mas aí Diana pediu pra ver o Joãozinho.

Por fim, não tenho cozinhado, não tenho tido vontade de fazer merda no cabelo, não tenho conseguido fazer aula nenhuma e meu único treino é a coreô de Baby Shark da Parent Jam. É uma boa malhação. Juro pra você.

O corona vírus parece cada vez mais próximo – cada vez que vejo amigos e familiares nas redes sociais fora de casa e sem máscara, dá vontade de sacudir o/a infeliz e mostrar todos os relatos de pessoas que perderam pessoas queridas para essa merda.

Graças aos deuses e às medidas de isolamento levadas a sério, ainda não atingiu meus amigos nem familiares. Estamos conseguindo trabalhar de casa – eu com produção de conteúdo, Beto dando aulas de sociologia e de ukulele online. Temos priorizado comprar de pequenos produtores de orgânicos, produtos artesanais que entregam em casa e a lanchonete do bairro, e o que não dá, pedimos no mercado e farmácia – fazendo a nossa parte para evitar a circulação de gente nestes locais. Meus pais estão a salvo em suas casas, e nos falamos diariamente pelo Whatsapp. 

Espero que as pessoas que você ama estejam bem também.

Qualquer coisa, me fala. Não sou super rica nem influencer, mas no que estiver ao meu alcance, ajudo. Tamo junto. Vamos passar por essa.

Um beijo.

E até breve. Juro. Desta vez é sério, Brasil.