Geek & Fit 3


geek-fit-para-webMeu segundo grau (não era “ensino médio”, era segundo grau) foi entre os freaks e os geeks da escola, jogando RPG, frequentando cineclube, botando Weezer no programa de rádio que eu tinha com a melhor amiga na hora do recreio e tirando notão em tudo. Menos em Educação Física, que a gente sempre negociava com o professor pra fazer trabalho de pesquisa em vez de jogar vôlei. E nem tinha wikipédia naquela época, mas eu sempre fui pesquisadora e tirava essa tarefa de letra.

Porque, né? Qual é o ponto em fazer POLICHINELO às 7h da manhã? Ou de ir pra uma quadra de vôlei com umas garotas fortes e completamente impiedosas com a bola?

Não é como se eu não fizesse exercício físico nenhum. Eu fazia aula de dança. Eu pedalava. Mas isso não estava na aula de educação física. E ninguém nunca me explicou que benefício poderia haver em levar uma bolada na cara num jogo de queimado. Por isso eu só corria. Corria MUITO. Da bola, claro.

A falta de afinidade com atividade física se estendeu até a segunda metade dos anos 1990, quando a associação “garotão sarado = cérebro de amendoim” ainda era muito forte. Afinal, o tempo que você passa puxando ferro, poderia estar LENDO.

Não deixa de ter uma verdade aí.

Mas também é verdade que o exercício aeróbico libera dopamina para o cérebro, e essa dopamina alivia estresse e depressão – ajudando, obviamente, nos estudos. Também ajuda a aumentar o nível de serotonina, um neurotransmissor puro amor, que ajuda a regular humor e apetite. Além de ser química pura.

É verdade também que, em certos esportes, você entende na prática todos aqueles conceitos de pressão, impacto, inércia, força, velocidade, ângulos, ótica, biologia e até de força centrípeta (já tentou rodar bambolê? É isso!). E que entender a mecânica dos corpos e objetos dentro de um contexto prático é fascinante.

Infelizmente, na escola – não sei se ainda é assim ou se isso já mudou – não existe esse contexto: a galera do treino olhava os nerds com uma cara muito esquisita, e a galera CDF não tinha a menor afinidade com esporte.

Depois de adulta, tudo fez sentido.

E hoje sofro um bocado se não me exercito com regularidade, porque já consigo entender os benefícios do exercício no meu intelecto, e sei o quanto meu cérebro fica mais focado quando me exercito (e funciona melhor quando faço uma atividade prazerosa – então se o exercício for lúdico ou ao ar livre, tanto melhor).

É, uma coisa está intimamente ligada à outra, e eu não sabia.

Mas tudo bem descobrir isso depois dos trinta. Tudo bem mesmo. Antes tarde do que nunca.

geekfit

E você? Se exercita? Como? Percebe alguma diferença no seu humor, no seu foco, nos seus níveis de estresse? Me conta!

(e se quiser um bambolê para chamar de seu, é só clicar aqui)


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3 pensamentos em “Geek & Fit

  • cabecadefrade

    Oi Lia, eu uni minha atividade física ao trabalho caseiro: pode parecer escravidão (rs), mas odeio academia e adoro ficar em casa!! Então qdo estendo roupas dou uma alongada, uso dois tubos de amaciante de 2 lt para molhar as plantas (um em cada braço, assim distribuo o peso, dou umas caminhadas pelo pátio, relaxo e ainda reaproveito a água da máq de lavar). Nos dias que não faço isso, não relaxo completamente e não sou a pessoa zen que prefiro ser, rs. Beijo!

  • admin Autor do post

    Cara, e olha que trabalho doméstico é trabalho PACAS. Ainda mais com criança em casa. Agora imagina trabalhar das 9h às 19h em outro município, chegar em casa quase 21h e ainda fazer tudo isso… enlouquecedor. :/