Então decidimos passar uma semana das nossas férias (que foram em março, mas as últimas semanas foram tão intensas que não consegui escrever antes aqui) na Cidade do México: não exige visto para brasileiros, a passagem estava com preços decentes e era possível encontrar hospedagem também dentro de um nível de decência orçamentária, possível para o momento.
(e se você nem consegue admitir a possibilidade de viajar para o exterior em breve, que tal assistir a esse seminário sobre Detox de Dinheiro da Paula Abreu? Olha, juro que tem me ajudado bastante!)
A passagem foi comprada pelo Decolar.com, do que me arrependo um pouco (não é possível mudar a data, adoraríamos ficar mais um dia! – talvez fosse melhor ter apenas feito a pesquisa pelo Decolar e comprado direto no site da Aeroméxico). E a classe turística do boing da Aeroméxico está longe de ser confortável pra um vôo de 10 horas, mas como não teve conexão (não paramos em nenhum país que requer vacina, não tivemos malas transportadas de uma cidade pra outra), achamos vantagem.
Chegando no aeroporto, separe uns 300 pesos para um táxi autorizado, com tabela. Certeza que no taxímetro sairia mais barato, mas como dizem que os táxis comuns são nível Rio de Janeiro em termos de “dar volta em turista”, melhor não arriscar.
Já para a hospedagem, mandamos bem: minhas fontes de pesquisa foram o Booking.com e o Trip Advisor. Queríamos um hotel no Centro Histórico, que fosse hotel mesmo (e não hostel) e que tivesse wifi. Achei um que parecia bom e barato, entrei direto na página do hotel, tentei fazer a reserva pelo chat e o atendente me informou que não tinha mais vagas, mas que ele recomendava o La Casa de La Luna. Voltei ao Booking.com e ao Trip Advisor, e todas as resenhas eram ótimas. Agora também faço questão de recomendar La Casa de La Luna pra todo mundo: não é um hotel de luxo, mas é charmosérrimo, super bem localizado. Tem farmácia na outra esquina, taquerias, casa de churros, cafés e dezenas de lojas de instrumentos musicais no entorno, e fica razoavelmente perto de bares, comércio, metrô e alguns pontos turísticos (Plaza de La Constitucion, catedral, palácio de Bellas Artes, igrejas, mercado La Ciudadela, Mercado San Juan).
O hotel ficou nos devendo apenas o wifi, que passou por problemas durante boa parte da nossa estadia, mas pudemos usar o wifi do restaurante do hotel, onde comemos bem pagando barato e fomos muito bem atendidos pela equipe. Também achamos um pouco estranho o restaurante do hotel servir café da manhã apenas a partir das 10h e fechar a cozinha às 19h. Mas seu Roberto, gerente do restaurante, foi uma simpatia conosco, e voltamos para o Brasil amigos da simpaticíssima Valéria, outra querida. <3
Ainda sobre o hotel, achei o máximo quando vi que o sistema de energia do chuveiro elétrico era à luz solar. E quando descobrimos que o próprio Simon Bolivar ficou hospedado lá em 1799 – sim, o hotel é uma dessas construções antigas tombadas pela Unesco, com pátio interno, bem do jeito que você espera quando chega no México:
(somos do tipo que faz turismo, sim, mas daquele tipo de turista cujos olhos brilham quando se fala em Simon Bolívar, Pancho Villa, Frida Kahlo, León Trotsky e arqueologia. A Cidade do México respira história, cultura e resistência)
Ah, sim. Se todo mundo que viaja pra cá recomenda que você beba apenas água engarrafada (e muita), e todos os mercadinhos locais vendem litros de água em garrafinhas e garrafões, deve haver um motivo, então não arrisque. Levar seu omeprazol (caso você tenha gastrite, como eu) é necessário, uma vez que mesmo o molho menos apimentado é condimentado pacas. Não esqueça do Floratil, Imosec (seguro morreu de velho), descongestionante nasal e antialérgico, porque o pessoal anda de máscara na rua, de tão poluído.
Que moeda usar no México?
Olha. Fui contando com dicas que achei na Internet e levei reais, alguns poucos dólares e meu cartão do banco (Visa/Banco do Brasil). Já li que poderia trocar reais em casa de câmbio, que poderia usar o cartão pra sacar em ATM diretamente em pesos mexicanos e que poderia realizar operações de débito e crédito de boa.
A verdade:
– Sim, é mais vantagem trocar reais diretamente aqui, já que, embora o dólar seja muito valorizado aqui, você pode perder nas duas conversões (quando for comprar dólares E quando for comprar pesos com esses dólares. Lembre-se que operações de câmbio internacional são taxadas – e bem taxadas! Então, embora um real compre cerca de cinco pesos, na prática, com as taxas, a cotação varia de aproximadamente 1 pra 4 (mas no sábado consegui comprar de 1 pra 5 no mesmo aeroporto, olha que coisa).
Mas, contudo, porém, tem um negócio: você só consegue trocar reais nas casas de câmbio do aeroporto. Essas casas de câmbio pequenas de rua só trocam dólares. Pode até ser que alguma troque reais, mas não achamos. Se você vai para a Cidade do México e não quer passar perrengue, leve reais, troque no aeroporto, mas leve dólares para trocar em qualquer lugar em caso de emergência.
Sobre cartão, certifique-se de que o seu funciona de boa, faça umas compras na internet antes. Marido tem Mastercard, tem limite, habilitou para uso no exterior e não conseguiu usar. Já meu visa faz até débito aqui, então consigo guardar os pesos apenas para os mercados de artesanato. Lembre-se das taxas quando for usar o cartão, para não ter surpresas desagradáveis. Mas lembre-se também que a taxa que você paga no câmbio é de quase 20% do que você troca, então usar o débito do cartão nem é tão desvantagem assim.
O valor a ser levado depende demais do quanto você quer trazer a cidade toda pra casa ou não. Come-se mais barato do que no Rio. Hospeda-se mais barato do que no Rio. Instrumentos musicais saem muito mais baratos do que no Brasil (já que você não vai pagar frete mesmo nem taxa de importação mesmo). Agora, se você se apaixona por caveiras, máscaras de luta livre, artesanato local e design independente, e precisa trazer livros e discos porque não vive sem isso, é bom levar uns pesos extras e aumentar o limite do cartão, sim.
Com isso, acho que você está pronto para viajar para a Cidade do México.
(os próximos posts saem nos próximos dias)
Pingback: Viajando para a Cidade do México – conhecendo a cidade | Lia Amancio
Pingback: Cidade do México – comida, comida e mais comida | Lia Amancio
Pingback: Viajando para a cidade do México: guia de viagem | Lia Amancio
Pingback: Brasileños van a la lucha libre: o fenômeno cultural | Lia Amancio