É sem UMA ponta de orgulho que admito: não sou a mais organizada das criaturas. Não é que eu me sinta bem na bagunça: não! Odeio! Sou do tipo que não consegue dormir se a porta do armário estiver aberta ou tiver louça suja na pia da cozinha! Mas minha casa, mesmo antes de eu casar com o Embaixador do Caos, sempre foi uma zon, infelizmente.
Consigo entender as origens disso muito claramente. Basicamente, são dois os motivos que me levam a viver num ambiente entulhado:
1 – NÃO sou desapegada. Hoje fui fazer uma faxina pré-mudança e detonei MEIA TONELADA de papel, incluindo anotações das aulas de química, física, biologia e história do terceiro ano do segundo grau, na época em que NÃO se falava ‘ensino médio’ ainda – 1995, pra ser mais exata. Estamos em 2013, faça você as contas pra saber há quanto tempo eu tou guardando um monte de papel que não tem uso nenhum na minha vida. Não é que eu seja uma hoarder dessas de série de TV a cabo, até consigo receber visitas em casa sem muito constrangimento. Mas esse meu apego a coisas que não necessariamente pode ser subdividido em dois motivos bem claros:
1.1 – a mentalidade do ‘posso precisar disso um dia’, que acomete muito artistas, pessoas criativas que fazem trabalhos manuais, pessoas que não eram muito ricas e tinham irmãos (meu irmão herdou livros meus da escola, por exemplo – daí a achar que alguém precisaria das minhas anotações de química…)… outro dia achei uma PILHA de DEZENAS de cartelas de adesivos para rótulo de VIDEOCASSETE num armário do meu pai. O argumento dele pra guardar aqueles adesivos todos? POSSO PRECISAR UM DIA. Eu não sabia se ria ou se chorava, mas hoje vejo que minha coleção de SACOLAS BONITAS DE LOJAS (vai que preciso entregar algo para alguém, não vou botar numa sacola de supermercado, né?) vai pelo mesmo caminho. Hora de acabar com esse padrão.
1.2 – Um apego emocional mesmo a discos, livros, bonecos, bibelôs e todas essas coisas que a) representam minha identidade, são uma espécie de ‘statement’ “você está na casa da Lia” e b) me lembram que eu não estou sozinha (passei oito anos sozinha nessa casa. meus bonequinhos são uma espécie de fonte de segurança).
O outro motivo é financeiro. Me mudei pra cá aos 23 anos. Tinha um empreguinho que me permitia pagar as contas, mas nunca me liguei que eu precisaria, eventualmente, pagar um curso de pós graduação, me sustentar caso não tivesse esse emprego, etc etc etc. E minha casa tinha PERSONALIDADE (os bonequinhos lá em cima, certo?), então nunca me preocupei muito também em mandar fazer estantes sob medida, armários, organizadores… sempre fui botando as coisas conforme precisava ou tinha uma verbinha extra. E essa verbinha extra só apareceu há cerca de um ano atrás.
Agora organizar virou uma necessidade: não sou só eu, mas meu marido também é BEM desorganizado, e no que depender dele, não sei o que será da nossa sanidade mental. Com a mudança de casa, estou detonando MUITAS coisas, livros, revistas, CDs, celulares tijolão, aparelhos de som quebrados dos quais eu posso precisar um dia (???)… e agora até tenho um caixa pra isso. Não muito. Ainda não é dessa vez que vou mandar fazer armários e estantes otimizando cada cantinho da casa – mas ando descobrindo objetos, sites e dicas muito legais. Acompanhe aqui a minha saga e, se você tem esse problema de desorganização que eu tenho, aprenda alguma coisa comigo. 🙂