AGORA SIM estamos falando da corrida à estatueta mais disputada da indústria do cinema! E a história dos irmãos Coen sobre Larry Gopnik e a comunidade judaica à sua volta, no ano católico de 1970. Não sei para os judeus que ano seria, alguém aí pra fazer as contas?
Larry é professor de matemática e prova viva da inexorabilidade da Lei de Murphy: tudo o que poderia dar errado, DÁ. Larry tem um irmão tão louco quanto genial, sua mulher o troca por um de seus melhores amigos e ainda quer que ELE saia de casa, sofre chantagens no trabalho e, às vésperas do Bar Mitzvah de seu filho (que também apronta das suas), resta a Larry o aconselhamento com os rabinos.
E os conselhos dos rabinos geram histórias paralelas que não ajudam Larry Gopnick em nada, mas ajudam a dar o tom do filme – aquela mensagem bonita de “você pode deixar os outros montarem em você, se for a vontade de Deus”. Larry Gopnick é um homem sério, frustrado, bonzinho com todo mundo e só se fode.
O pouco conhecido Michael Stuhlbarg, que mal passou dos 40 anos, está excelente com o peso de seu personagem, que de tão desiludido da vida parece já ter cruzado o cabo da Boa Esperança. A menos conhecida ainda Sari Lennick também está excelente. ‘Um homem sério’ tem um quê de Short Cuts, Grande Lebowski e Pulp Fiction, o que elimina boa parte das chances de suas duas estatuetas (roteiro original e melhor filme, já que lembra algo que você já viu antes). Mas, ainda assim, é tão redondo e tão sarcástico que recomendo fortemente. Assista. Mazel Tov!