Só se fala em ChatGPT (sigo escrevendo à moda antiga). Para quem não é das áreas de comunicação, marketing, direito ou tecnologia, ChatGPT é um desses simuladores de conversas, porém treinado com inteligência artificial. Você pode perguntar qualquer coisa, que ele responde – isso inclui pedir que ele escreva artigos e faça seu trabalho de redação. Apesar de dados erradíssimos e de um certo tom de embromation, muita gente tem usado a ferramenta para escrever textos.
Venho dizendo que a inteligência artificial não vai roubar empregos, mas sim otimizar o trabalho de quem já trabalha com isso – já que o ser humano ainda precisa apertar botões e verificar a veracidade das informações fornecidas pelo bot – mas ele é, na verdade, uma mão na roda para quem sabe operar. De todas as previsões apocalípticas sobre perda de empregos e revolta das máquinas para cima de humanos (mentira, isso só vi em ficção), essa aqui do FastCompany foi a que mais se aproxima da minha visão – a de que inteligência artificial vai aumentar a produtividade: How generative AI will supercharge productivity (fastcompany.com).
Pode ser que roube uns trabalhos, sim. Mas se a pessoa prefere economizar botando uma ferramenta de inteligência artificial para fazer em vez de pagar um ser humano (ainda que o ser humano opere o robô), das duas uma:
Ou o teu trabalho “até uma ferramenta de inteligência artificial pode fazer” (e aí, colega, acho bom você correr atrás de um diferencial criativo),
ou o teu trabalho é realmente muito bom (e eu acredito nisso), os bots de ia vão fazer uns textos sem alma, umas imagens chupinhadas do Pinterest com os olhos e mãos parecendo um capiroto, e se o cara prefere pagar essa merda, é porque ia chorar orçamento e te pagar uma merreca, desvalorizar seu trabalho até você se sentir um bosta e eventualmente aceitar – para descobrir que não compensa entregar 20 ilustrações em 2 dias por um valor que não paga nem o tempo que você ficou limpando pincel.
Minha sugestão: deixa os robôs. Eles podem ser seus amigos.
“Ah, e o artista?”
A Inteligência Artificial não vai matar a arte. Pelo contrário: é MAIS uma ferramenta para artistas fazerem arte.
Isso, claro, quando as ferramentas resolverem o problema da propriedade intelectual e começarem a criar obras 100% originais, sem roubar pedaços de arte alheia. 🤷🏻♀️
🎨 Mas teve isso aqui: o Museu Dalí usando o DALL-E para criar arte a partir de sonhos dos visitantes, e transformou numa exposição. Veja nos links abaixo:
https://adage.com/creativity/work/how-dali-museum-using-dall-e-transform-dreams-art/2455196
