Amanhã começo no trabalho novo – todos com quem esbarrei durante as entrevistas e o processo de contratação amam o ambiente de trabalho, dizem que eu vou amar lá, a equipe é incrível, mas a empresa de RH que intermediou o processo seletivo me ligou umas quatro vezes para lembrar que o ambiente de trabalho é SUPER formal.
Isso não me assusta. Quem me conhece sabe que sou bem camaleônica mesmo. Afinal, se tem uma coisa que eu entendo é de figurino.
Só que mesmo que eu esteja com a roupa mais careta e formal do mundo, meus braços e pernas coloridaços entregam: não estou acostumada com isso. Não sei o que é um ambiente excessivamente formal, porque mesmo em reuniões de diretoria e eventos de negócios, o meio de audiovisual é mais estiloso, digamos. Há terno e gravata, há mulheres com roupas sérias, mas é “gente de cinema”. Agora não. Agora é clima de escritório tradicional de advocacia mesmo. É visual advogada. E é verão no Rio de Janeiro, faz calor, chove no final da tarde e eu pedalo como meio de transporte. Bom, eu sou a pessoa de comunicação e marketing da firma, tenho algumas liberdades – mas acho que nas primeiras semanas, preciso mais aprender e observar as mulheres do escritório do que sair jogando meu estilo na cara dos colegas.
Problema: amanhã é meu primeiro dia e ainda não tive tempo de estudar o ambiente.
Solução: tenho algumas peças-curinga, como calças sociais em preto, azul marinho e cinza; uma pantacourt bege elegantérrima; camisas sociais (poucas), blazers (marrom, cinza claro, cinza grafite combinando com a calça, azul-bic) e saias mídi (uma lápis azul-bic combinando com o paletó, uma saia preta ‘sereia’ que depende MUITO da camisa pra ornar com o ambiente de trabalho, pois é mais justa, e saias godê preta, preta brilhosa, marrom e uma xadrez-vichy p&b que pode compor com estilo dependendo da camisa).
Entendeu, né? Branco, bege, cinza, marrom, preto, azul marinho. Tô lascada! Infelizmente, meu acervo maravilhoso de vestidos será pouco aproveitado, por causa das cores e das estampas. Tudo muito cheguei. 😀
Bom, existe a casual friday. E tenho uma costureira maravilhosa aqui em Niterói – a Simone Tomaz – que conhece meu corpo, conhece meu estilo e vai me ajudar nessa empreitada. E existe o Pinterest, onde montei um painel com referências de ‘moda escritório formal’ pra me inspirar um pouco. Clica lá!
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A gente fica tentada a entrar nesses quiosques do terminal, em passar no camelô do centro, e a levar umas quatro calças sociais e várias camisas baratinhas, porque cabem no orçamento. PÁRA. PÁRA AGORA.
Essas calças de R$40 têm CARA e CAIMENTO de uniforme. Tecido vagabundo. Corte simplérrimo. Costura que abre se você engordar dois gramas. Cintura baixa. Justas demais nos culotes. As camisas vêm com uns botões dourados tenebrosos. Ou são muito curtas. Blazer de camelô, só em ULTIMÍSSIMO caso, ou – às vezes acontece – quando realmente são bacanas, mas eu aposto que você vai precisar trocar os botões. Gastando um pouco mais de reais numa C&A dessas da vida, dá pra comprar umas calças de alfaiataria que vestem melhor, uns paletós femininos arrumadinhos e com cara de riqueza, mas que cabem no orçamento. Parcela em duas, três vezes, mas certamente vão te deixar muito mais elegante do que cinco calças do quiosque dentro do terminal. Experimente, experimente MESMO, olhe de frente, de costas, e se estiver “meio esquisitinho, mas eu tô precisando de uma calça social”, NEM SONHE EM LEVAR. “Meio esquisitinho” quer dizer que vai ficar esquisito e você não vai ficar elegante, tá, fia? Você vai ter um monte de peças formais que vão vestir mal em você.
Aí quando você começar a ganhar bem – ou depois do dissídio coletivo, ou quando você for promovida porque investe na sua imagem e isso traz retorno para a empresa – então você compra peças de rycah mesmo.
(sugiro pesquisar antes sobre lojas envolvidas com trabalho escravo, tá?)
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Sapatos são um caso à parte. Tenho saltos que odiaria ter que usar no dia-a-dia (muito altos), tenho alguns saltos baixos pretos, um rosa claro e um de onça, muitas sapatilhas rasteiras e algumas Melissas para dias de chuva. Acabei de investir em mais duas cujo modelo eu já conheço (a Melissima + Karl Lagerfeld), sei que são confortáveis, têm um saltinho baixo, bico fino e são de plástico. Desculpa, gente, mas salto fino no Centro do Rio é para gente que pode até ter senso estético (são lindos) mas nem um pouco práticos para enfiar nas pedras portuguesas.
Pra amanhã, o visual vai ser mais ou menos assim, ó:
Não tem muito erro, acho.
Os brincos serão em prata + pedra da lua da Diana Ferreira Machado, que não têm erro também.
Queria botar foto de corpo inteiro aqui, mas saio de casa desmontada (vou de bicicleta) e troco de roupa quando chego no Rio.
Mas a ideia é essa.
Me desejem boa sorte.
E quem tiver dicas de moda escritório FORMAL, nível escritório de advocacia tradicional mesmo, PRECISO.
Beijos!
Opa!!! Estou sabendo da novidade agora! Boa sorte! Tenho certeza que você arrasou! No figurino, na atitude a na competência. Saudades do “Lia manda notícias”