Minha geração (a quem interessar possa, tenho 37 anos) é muito peculiar: não somos nativos digitais (já datilografei muito e já mandei muito fax!), mas ajudamos a construir a internet. Já pesquisei muito no Altavista até descobrir como funcionava HTML, porque comecei a publicar textos e pesquisas na rede antes dos CMS como blogger, movabletype (lembram?) e wordpress. Usamos BBS, MirC, e toda sorte de redes sociais pré-facebook, e aprendemos junto com a rede como isso aqui funcionava.
Hoje, adultos, com anos de internet nas costas e possivelmente profissionais de mídia e comunicação, temos a missão de orientar nossos estagiários e assistentes, que já nasceram com acesso a toda informação possível, mas ainda dizem “não achei nada sobre este assunto” – enquanto você (que já consultou muita Barsa na vida) apura qualquer informação em menos de cinco minutos, e ainda confirma a veracidade dos dados.
Não me levem a mal, garotada. Vocês são incríveis, inteligentes e aprendem MUITO mais rápido que nós. É que vocês não tiveram que descobrir como funcionava. Os códigos já estão prontos, os tutoriais já estão em vídeo e vocês têm coisa muito melhor pra fazer quando chegam em casa do que se enfurnar na internet. Eu não tinha. Eu ia pra frente do computador descobrir na marra como colocar frames num site hospedado no Geocities, porque eu queria um menu de navegação que fosse estático enquanto a página rolava, só pra poder publicar as resenhas dos discos que eu gostava (e foi no final de 98 que apostei que uma banda de uns amigos meus seria a sensação de 1999, e hoje vocês conhecem Los Hermanos, não?). Eu não era programadora. Eu precisava daquilo para fazer comunicação.
Mesmo tendo uma disciplina sobre pesquisa na faculdade, não foi lá que aprendi a analisar tendências, a distinguir o que é um arquivo com vírus de um que eu posso baixar, a fazer pesquisa reversa de imagem (até porque esse recurso nem existia) e curadoria de conteúdo com a ajuda de alertas recebidos por e-mail e por ferramentas agregadoras de conteúdo.
Aprendi na marra e adoro passar esse conhecimento adiante.
Pois foi mais ou menos semana passada que o Google resolveu compilar suas ferramentas de apuração e compartilhamento de informação no seu NewsLab, e ainda oferecer uns tutoriais para as ferramentas e plataformas, e também sobre como usá-las de forma integrada para promover seu conteúdo. Me lembrou um pouco o Ubiquity, um plugin pro Firefox que, com simples atalhos de teclados, te direcionava para mapas, compartilhava suas coordenadas direto para seu e-mail… isso foi antes de ter internet no celular. É. Estou ficando velha mesmo. E, graças a Tutatis, não perdi a necessidade de estar em constante atualização.
Sobre o Google NewsLab: vale a visita. Vale explorar. Vale por um workshop de comunicação (faculdade não, porque faculdade ensina muito mais do que isso). Até porque, pensando em marketing de conteúdo, todo site de empresa tem potencial para virar um veículo de mídia, e é imprescindível entender algumas das principais ferramentas de criação e difusão de conteúdo disponíveis por aí.
É óbvio que lá não tem todas, só as do Google. Mas as outras, você APURA e FUÇA pra descobrir como usar, certo?
Vá lá: https://newslab.withgoogle.com/
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