Ei, ei! Você se lembra da minha voz? Minha voz está um pouco melhor colocada. Meus cabelos estão com lindas mechas brancas. E eu voltei a escrever neste espaço aqui.
“Por que parou? Parou por quê?”
Não parei. Só… Esqueci. É isso mesmo. Esqueci.
Esqueci porque trabalho numa cidade e moro em outra. Esqueci porque as encomendas de bambolê não param. Esqueci porque teve e vai continuar tendo festa de família. Esqueci porque faço aula de canto, ensaio e faço shows com a minha banda. Porque quero ler livros de vez em quando, ou dormir na barca a caminho de casa. Esqueci porque tenho um marido e algumas séries de TV pra assistir. E filmes. Muitos filmes. E, ah, sim: faço terapia. Mas não larguei e não vou largar nunca isso aqui. Até porque tenho tanta coisa pra contar…
– Por exemplo, do dia em que fui cantar na feirinha da praça XV e conhecemos a lenda viva Bob Lester.
– Do excelente filme “Tim Maia”.
– Aliás, de “Festa no céu”.
– E “Jersey Boys” também.
– E “7 caixas”, um dos roteiros mais bem amarrados do cinema latino-americano atual. Sem exagero.
E por falar em cinema, eu poderia dissertar um bocado sobre a volta do Cine Arte UFF, que foi uma espécie de terceira casa pra mim durante tanto tempo (duas casas eu já tinha – ter pais separados me deu algumas vantagens na vida).
E sobre a sensação de, depois de tantos anos, pedalar pelas ruas de Niterói com 50 malucos como eu. Sim. Achar sua turma depois de 20 anos achando que essa turma não existia é mágico.
Poderia também falar das eleições presidenciais, e de como tantas máscaras caíram – sua preferência eleitoral somente te diz respeito, e eu respeito (se você não tiver votado no sr. Spacely, porque aquilo era uma piada de péssimo gosto), mas muita gente com discurso de tolerância e diversidade não conseguiu aceitar gente que pensava diferente (e votava diferente); e gente que de quem não dava pra esperar nada mesmo mostrou pro mundo discursos de ódio, machismo, misoginia, xenofobia, homofobia e/ou um elitistismo muito louco, que talvez até faça sentido de alguma forma (embora eu não concorde) se você faz parte de uma elite. Não que a gente, que trabalha e ganha até direito não faça parte de uma elite, mas tou falando daquela elite – aquela que ganha muito mais que eu, você e mais alguém juntos e que tira uma onda de “eu gero riqueza pois crio empregos”, esquecendo-se de que quem realmente gera riqueza é quem trabalha nesses empregos. E o que dizer de gente que pregava moralidade na política, discurso anti-corrupção, alternância de poder e melhores condições de saúde e educação votando em… bem…
É. Realmente. Eu podia falar sobre isso por horas. Mas hoje acho a água mais importante. O desmatamento das florestas e a extinção iminente de espécies são mais importantes. E minha saúde. E é por isso que eu tou de volta. E se você não assina ainda meu informativo (naquele link aí do lado), assina lá que descobri uma maneira de mandar o informativo pelo celular.