Eu vi “Shaun of the dead” no cinema, e aquilo foi uma das coisas mais divertidas pelas quais já paguei ingresso. Imagine: uma comédia inglesa de zumbis passada em um pub.
Eu ainda não sabia da ‘Trilogia do Cornetto’. A bem da verdade, essa trilogia ainda não existia por motivos óbvios – “Shaun of the dead” seria o primeiro. Depois veio “Chumbo grosso”, também uma comédia de gênero, mas dessa vez, satirizando filmes de duplas policiais – demoramos um pouco para achar (o filme é de 2011), e a essas alturas já estávamos cientes que exista um terceiro (que não era “Paul”, apesar de também envolver alienígenas): “The world’s end”, uma verdadeira insanidade com uma trilha sonora só comparável com as trilhas dos filmes do Woody Allen, de tão perfeita.
A trilha tem uma unidade: rock bretão dos anos 80/90 – a história do filme gira em torno de cinco amigos que, na adolescência, tentaram fazer um circuito de doze pubs e nunca completaram. 20 anos depois, um deles (vale notar que é o único que não cresceu) convence os outros a voltar à pequena cidade e completar a façanha. A aventura é embalada com uma fita gravada na época que os amigos decidem reviver, com Soup Dragons e Blur, e o resto da aventura tem Pulp, Teenage Fanclub, Happy Mondays, Stone Roses, The Housemartins, Sisters of Mercy e muita beleza em forma de música com sotaque inglês ou escocês. A única exceção é “The Alabama Song”, do The Doors, porque, né? Não deu pra usar a versão do Bowie. Maravilha!
A aventura… bem, a aventura não termina como esperado. E o Cornetto? O Cornetto Aparece nos três filmes, assim como algumas referências em comum. E as trilhas sonoras dos três filmes são excelentes – “Chumbo grosso” tem Kinks, Troggs, Supergrass, The Fratellis; “Shaun of the dead” tem The Smiths, Queen, Ash, The Specials – mas neste terceiro, eles se superaram (e, aparentemente, se superaram na trama também).
Recomendo.