Sabe, eu faço o que amo. Só surfo nas ondas que amo. Só divulgo o que amo, escrevo com prazer sobre o que amo. E amo bambolê, amo dança de salão, amo cinema, amo música – jazz, blues, country, sambas antigos e velharias da primeira metade do século XX – , amo bicicleta, amo arte, amo performance, amo entretenimento. Amo meus ukeleles, embora toque mal pra burro. Amo autoconhecimento, amo meditar, amaria fazer mais esportes se não tivesse que acordar tão cedo. Amo até serviço público, porque acredito DE VERDADE que o serviço público deve SERVIR o povo. E, em geral, quando a gente faz o que ama, até rola grana – porque você faz com paixão, com prazer, motivado pela felicidade de acordar todo dia pra passar muitas horas do seu dia em função de algo que você realmente ama. Isso é legal pacas. Eu nunca entendi o conceito de ‘fazer dinheiro’ com algo com o qual não me identificasse de alguma forma. Também acho que não me incomodaria em fazer muito dinheiro com algo com o qual eu não me identificasse, se fosse pra pagar as contas E ter tempo e verba pra investir nas minhas paixões por fora. Mas nesse caso, acharia honesto assumir que é só pela grana, como acho muito honesto e admiro demais quem faz isso. Acho forte. Acho determinado. E sincero.
Em geral, funciona assim: eu me apaixono. A paixão por cinema vem de berço. Por jazz, vem do cinema – que veio do berço. Pela dança, comecei por causa do jazz, me meti na dança de salão – que eu nem gostava, ou achava que não gostava – por falta de horário pra dança específica que queria, e me apaixonei. E quando me apaixonei, quis gritar aos quatro ventos que aquilo era legal pacas. Montei site, blog, colaborei com evento, com jornal sobre dança e tudo o mais. Experimentei um bambolê e me apaixonei de cara, não desisti enquanto não aprendi, e voilà: passei a me sentir à vontade pra espalhar o amor a ele. Porque eu já sentia aquele amor. Até com os produtos da Eudora isso acontece, haha – é mais fonte de preju do que de renda, já que compro pra mim mais do que vendo, mas tudo bem: eu amo aqueles perfumes e aquelas sombras, aqueles batons e aqueles hidratantes, e quero ajudar a espalhar o amor pela marca. É isso. Não é divulgar, não é vender: é espalhar o amor que você JÁ sente.
Você pode e deve espalhar o amor que você sente pelas coisas. Seja trabalhar espalhando o amor pelo que você faz, seja trabalhar em outra coisa, ainda que você não goste, que seja um trabalho meio chato, mas sabendo que é o que te permite botar amor na sua vida nas horas vagas. Se você conseguir espalhar o amor com seus hobbies e talentos, ainda melhor.
De qualquer maneira, é sincero.
Fingir amor, isso não é sincero. Aproveitar modinha não é sincero (e antes que vocês falem qualquer coisa do ProjetoAutoajuda, autoajuda não era mais moda quando comecei a pesquisar. E só passei a respeitar e amar a autoajuda depois que comecei a pesquisar). Fazer “só porque os outros fazem” não é sincero. E falta de sinceridade, em geral, também faz dinheiro, mas de uma forma triste – porque é sem amor.
E sem amor, não contem comigo.
Com amor, **
Lia.
** quem assina ‘Com amor’ é a Paula Abreu – a prova viva de que fazer dinheiro é apenas mais uma das consequências de se fazer as coisas com amor. Se eu fosse você, colava lá no site dela e lia o que ela tem a dizer.