Bom, dona Irene é minha bisavó, que chegou aos 98 anos esses dias, lúcida, inteiraça – quer dizer, escuta mal, vê mal e anda com dificuldades, mas, CARAS, ela está 100% lúcida. E goza de boa memória. E bom humor. E nenhuma doença que a obrigue a fazer visitas frequentes ao médico, como muita gente com metade de sua idade.
O segredo?
Amor, a bisa me confessou. Nunca teve desafetos. Está longe, muito longe, de ser uma senhora resmungona (como eu já sou aos 34). Tem filhas que a amam, tem netos, bisnetos. Tem o programa do Padre Marcelo, e quer você acredite ou não, acreditar em algo (especialmente em algo que te dê algum conforto) é sempre bom. E tem as amigas da igreja.
Tá, podemos creditar boa parte dessa saúde e longevidade ao fato de que, durante boa parte de sua vida, dona Irene nunca soube o que raios era um computador. Quando a qualidade de vida começou a cair, o trânsito começou a ficar inviável e as fronteiras entre casa e trabalho já não existiam mais, graças a dispositivos que, feitos para facilitar nossas vidas, criam mais dependência e estresse do que qualquer outra coisa, Dona Irene já havia se aposentado há tempos. Dona Irene curte um rádio e uma tv. “E o que que eu faço com tanto amor que vocês me dão?” — aproveita, dona Irene. Aproveita. 🙂
E você?
Você, amigo leitor, procure amor na sua vida. Evite o estresse, a escravidão dos aparelhos. Quando estiver no trabalho, faça-o com prazer, pensando nas coisas boas (como o $$$ no final do mês ou o plano de saúde) que ele te dá. Quando não estiver, vá ler um livro, vá escrever um livro, vá passear, viver a vida. Sem dependência de aparelhos eletrônicos, sem a necessidade de compartilhar tudo o que você vê ou faz. E com amor. Amor próprio, amor à família, amor às coisas boas.
Funciona. Taí minha bisa, que não me deixa mentir.
Excelente! 🙂