Senta a bunda na frente do computador e termina essa p*** desse livro


Não é que eu esteja monotemática, é? Pode ser também que eu esteja acumulando funções no trabalho. Pode ser, também, que eu goste muito do que meus amigos fazem (fato) e que o Paulo Halm seja um cara muito sagaz e observador dessa geração – a minha, e quando falo em geração não quero dizer só faixa etária, mas também formação cultural – em que todo mundo escreve mas não publica (ou não grava, ou não filma), em que caras de 30 anos são sustentados pelos pais, a geração dos alunos de mestrado em arte/literatura/cinema/comunicação, a geração dos pais que dão bronca mas acabam fazendo os cheques pros filhos, a das mocinhas que frequentam praia e barzinho de Santa Teresa, os junkies do mundo bizarro da Lapa… se você não é um deles, você conhece um deles. Eu conheço vários:

Sim, o Paulo é um cara sagaz.

Não é porque esse é mais um lançamento lá da firma, mas realmente gostei de ‘Histórias de amor duram apenas 90 minutos’ a ponto de transpor a fronteira ‘trabalho – blog pessoal’ e fazer a maior propaganda do filme aqui: é que eu conheço esses lugares e essas pessoas TODAS, ainda que não sejam ninguém em especial. Conheço as referências culturais que permeiam o filme, conheço os lugares por onde Zeca, Carol e Júlia passam, sei bem esse momento em que eles estão vivendo. E adoro quadrinhos e animações:

Comix animado no longa “Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos” from mimo studios on Vimeo.

Podia também traçar paralelos com Machado de Assis (afinal, Júlia tem ou não tem um caso com Carol? É tudo viagem da cabeça de Zeca?), podia falar da excelente direção de arte e cenografia, podia falar mais e mais da trilha, gostosíssima e dinâmica, cheia de surfs instrumentais e jazzinhos retrô. Podia falar sobre o ótimo momento do cinema de baixo orçamento, sobre como ‘Histórias de amor duram apenas 90 minutos’ é um ótimo exemplo de cinema autoral e roteiro cheio de chistes, meio sarcástico, do jeito que a gente gosta. Mas só vou falar que você, caro leitor de Lounge, está devidamente representado em ‘Histórias de amor duram apenas 90 minutos’, seja em um ou outro personagem, ou no conjunto da obra.

Então tire a bunda da frente do computador e vá ao cinema. Quem sabe isso te inspire a parir aquele livro, a convidar aquela gatinha pra sair, a reacender a chama de uma paixão que está meio mais ou menos, a terminar um filme sobre relacionamentos, a arrumar um emprego pra não precisar pedir grana pros pais, a animar uma história em quadrinhos, a sair pra dançar um sambinha, a pleitear uma bolsa na Europa, a parar de andar com junkies freaks porque é a maior badvibe… porque histórias de amor podem até durar 90 minutos (se bem que a minha tem uns seis meses e parece ser só o começo, viu?), mas um bom filme sempre acende algo na gente. É o caso. Não acredita? Vai lá ver.

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Se nada disso te convenceu, vá ver o pitéuzinho da Luz Cipriota, mais encantadora do que a Zooey Deschanel – acredite.

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