‘Educação’ começa com um problema sério: Alfred Molina não está indicado a melhor ator coadjuvante, no papel de inglês suburbano pai da menina boazinha, ótima aluna, candidata a Oxford se melhorar no latim. A fofolete Carey Mulligan, por sua vez, está indicada a melhor atriz pelo papel da mocinha que, às vesperas de fazer 17 anos, se apaixona por um homem mais velho e questiona o papel da escola e o valor de um diploma universitário. Em 1950 e muitos ou 1960 e poucos, no subúrbio da Inglaterra, veja bem, ou bem ela seria professora ou secretária – e, apaixonada por um homem mais velho, culto, rico e metido em negócios escusos, a oportunidade de visitar cidades, assistir a shows ou conhecer artes e culturas diferentes estava aí.
já vi a história da boa aluna que dá, aprende a fumar e descobre a vida pouco antes de entrar pra faculdade, hein?
Afinal, educação é o que a gente aprende na escola, em casa ou o que a vida traz pra gente? Dá pra educar a gente para lidar com paixões bizarras, também?
E não vou contar mais pra não estragar o final, mas se você já assistiu a uma quantidade razoável de filmes na sua vida, já saca desde o começo que tem algo de muito errado com o tal do David. Sem mais. Assista, que o filme é muito bom.
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Pode levar: Melhor Atriz, Roteiro adaptado ou até melhor filme. Mas não vi ‘A fita branca’ ainda, então não posso apostar que a futura Elisa Doolitle na adaptação de ‘My Fair Lady’ possa desbancar Sandra Bullock (que eu só acredito que está indicada ao oscar de Melhor Atriz vendo).