Favela (o tal Distrito 9 do título) em Johannesburgo precisa ser desapropriada para realocação dos moradores em outra área da cidade. A missão é praticamente uma missão militar – pudera: os favelados são extraterrestres que vieram parar por acaso na Terra e se instalaram na região. Como se não fosse o bastante, ainda mantêm negócios escusos com os nigerianos locais, contrabandistas de comida de gato.
Sim, o grande fraco dos extraterrestres é comida de gato e ‘Distrito 9’ está milagrosamente indicado ao Oscar de Melhor Filme.
O cara mais babaca da empresa, mas que é genro do chefe das operações, é designado para liderar a desapropriação de ets (chamados pejorativamente de camarões na legenda). O sujeito não tem tato, se indispõe com todos os militares que podem vir a ajudá-lo no futuro e inala uma arma química extraterrestre, que faz com que ele vá, aos poucos, virando um ‘camarão’.
E esses momentos Cronenberguianos (todo mundo aí se lembra de ‘A Mosca’?) estão indicados ao Oscar de Melhor Filme. WTF?
Não entendo. Juro. O filme de Neill Blomkamp é genial, ótimas atuações (uma humana e duas de computação gráfica muito mais expressivas que muito ator por aí), uma história excelente e que, se você trocar os aliens por ‘pobres’, ‘negros’, ‘palestinos’ ou qualquer outra minoria cuja presença justifique, para os brancos locais, a criação de uma zona de conflito, vira universal.
Mas são aliens babões e nojentos, produzidos por Peter Jackson, por isso eu acho completamente surreal e bizarro que ‘Distrito 9’ esteja indicado ao Oscar de Melhor Filme. Adoro a ideia de um filme desses ser indicado a Melhor Filme apesar de crer, em meu íntimo, que deve ter rolado um sistema de cotas aí.
Acho que pode ganhar Roteiro Adaptado e/ ou Edição. Efeitos visuais não, né? Tá concorrendo com ‘Avatar’, pô…