Indicados ao Oscar de melhor filme: Precious


Sente o drama: preta, pobre e gorda só se fode – tá na sinopse, não estou contando nada de novo, mas vocês sabem que Precious, além de tudo, tem uma filha com down e está grávida do segundo filho – ambos do pai dela. Sinistro. “Até que muda de escola e conhece uma professora que a trata como gente”. Descobre que ler e aprender coisas é tudo na vida, mas continua se fodendo. Só que, agora, um pouco mais motivada.

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Não é nenhuma supresa que Oprah Winfrey, ex-pobre e ex-gorda que deu a volta por cima, tenha decidido promover ‘Precious’ a todo custo em seu programa. Momento constrangedor: quando as personagens se perguntam ‘Você assiste ao programa da Oprah?’. Run to the hills!

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Mas ‘Precious’, que C. sabiamente comparou a ‘Dançando no escuro’ (aquele dramalhão do Lars Von Trier em que a personagem da Björk só se fode, mas foge da realidade acreditando estar num musical), não é tão piegas como pode parecer:

– Gabourey Sidibe, atriz que interpreta a fofinha personagem-título, é excelente;

– Os alívios cômicos do filme funcionam e você não precisa sair do cinema com aquela sensação pesada, apesar de, digo e repito, Precious se foder o tempo todo;

– A comediante Mo’Nique, sensacional no papel da mãe de Precious – vale o Oscar a que está indicada, hein?

– Uma irreconhecível Mariah Carey;

– Diferente de todos aqueles filmes em que professores mudam as vidas de seus alunos, o destaque do filme está na protagonista. Personagem e atriz merecem mesmo esse filme.

Merece: Melhor atriz, atriz coadjuvante e direção.

Mas a maratona ‘Best Motion Picture nominees’ está só começando…

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