Estilo é fogo: não é uma questão de ter estilo, porque sempre pode existir um profissional que monte pra ti. A questão é: você segura? Você sai por aí de nariz empinado com seu cabelo verde, como se fosse a coisa mais natural do mundo, realmente ignorando os olhares na rua? Você não dá a mínima para as bolsas e sapatos alheios, porque o que importa é o que você está usando?
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Tá todo mundo usando esse modelo vintage do RayBan, né? O tal do Wayfarer. O oficial sai um pouco do escopo previamente acordado, digamos, mas os de camelô são sempre uma boa alternativa (até porque preciso trocar as lentes por lentes com grau, então dane-se se a lente é de plástico).
Ali na Sete de Setembro, em frente ao Vertical, já era o segundo dia consecutivo que eu via o Wayfarer vermelho no camelô. Como de praxe, não cedi ao impulso consumista de primeira. Mas se os óculos estivessem lá no dia seguinte, aí eu levava.
E estavam.
Parei, olhei, e antes que eu pudesse perguntar o preço, o camelô me informou:
“É o óculos da moda, igual o do Dado DONA BELA”.
Hein?
“O Dado DONA BELA”.
Oi, não entendi?
“O Dado DONA BELA deu uma entrevista usando um igual. É o óculos da moda.”
Estilo pra segurar um óculos de plástico vermelho-bombeiro com cara de diretamente saído de 1984, eu tenho. Mas sair usando os óculos do DADO DONA BELA (!!!!), não tenho coragem. Mal aê. Broxei. Não sem antes fazer o sujeito repetir “Dado Dona Bela” umas três vezes…
(o desenho é meu mesmo, tá?)