The Wrestler: acredite no hype


‘The Wrestler’ poderia ser apenas mais um ‘filme de menino’, com porradaria rolando solta, as maiores grosserias já vistas na tela e uma trilha sonora com o melhor do hard rock (era inevitável bancar a headbanger no cinema), além de um dos melhores diálogos em homenagem a uma das épocas mais divertidas do rock’n’roll.

Mas ‘The Wrestler’ é um filmaço pra meninas, inclusive. Para meninas gente boa, verdade, aquelas que bebem cerveja no gargalo e não têm maiores frescuras, mas que não dispensam a maquiagem, unhas e cabelos bem pintados (tinha rapaz explicando o filme pra namorada no cinema, que absurdo. Não entendo por que homem se amarra em mulher burra, não entendo!). Porque porradaria de wrestling, vocês sabem, é ensaiada e de comum acordo entre os luchadores. Chega a ser cômico ver Randy ‘The Ram’ Robinson começando as lutas com tapinhas no rosto e terminando em cima de arame farpado, caindo de escada e todo furado com grampeador industrial. Só delicadeza! Mas te prepara, e prepara o carregamento de lencinhos…


Bruce Springsteen na trilha sonora é golpe baixo!

…porque existe todo um dramalhão na história do lutador veterano e já meio decadente que, às vésperas de reacender sua carreira com o remake do clássico de 20 anos atrás, descobre que mais uma luta pode acabar com sua vida. E que ele está só.

Só.

Cara, isso é muito triste. Randy não sabe fazer nada além de lutar e nem tem moral para pedir ajuda para a filha, que ele mesmo abandonou anos antes. Mas ele tenta, e ninguém melhor do que um Mickey Rourke também já meio decadente e completamente desfigurado de botox e plásticas malfeitas para conferir credibilidade ao rosto cansado de levar porrada de seu personagem. O tom de Randy é perfeito, um sujeito tão vaidoso quanto bronco, um poço de testosterona até na jogadinha de cabelo. Não é à toa que o marketing em torno do filme gira sobre o mote da ‘ressurreição’ de Mickey Rourke, não menos do que perfeito e convincente na pele do ‘Cordeiro’. Acredite no hype em torno de ‘The Wrestler’, ele se justifica.

E a Marisa Tomei está em excelente forma.

tomei
Num é?

Mas veja pelo Mickey Rourke, antes que sua carreira entre em franca descendência de novo. Veja pela indústria do wrestling, aqui certamente mais realista do que nos filmes de lucha libre mexicanos dos anos 60 (que, se você frequenta meu blog, você gosta que eu sei). Veja pela trilha sonora, uma das melhores dos últimos tempos. Veja logo, antes que lancem ‘Milk’ e ‘Coraline’ legendado.

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rourke
Tô bonito?

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