..só pra não deixar isso aqui às moscas, já que não devo ter tempo nem saco pra escrever no blog durante o fim de semana (sabe como é, visitar família, rever amigas de infância, exercer meu dever cívico..).

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Não que não tenha tido assunto durante a semana, mas não achei que valesse a pena jogar aqui – mesmo tendo visto mais um filme genial, sobre o qual certamente há muitas coisas interessantes a serem ditas, como a quase ausência de mulheres na sessão (seria por que a única personagem feminina do filme fala pouco e apanha? Mas só o Clint Eastwood, perfeito aos 36 anos, deveria ser suficiente pra levar as moças em peso ao cinema!) ou o papel da música como claque (o tema arrepiante sempre entra depois de algum gracejo – e, claro, antes da ação).


Eu cavo pra você, chuchu!

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Acontece que não tenho mais paciência para dissertar sobre temas, por mais interessantes que sejam – e o que teve de coisas que só interessam a mim mesma não tá no gibi.

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Aí a gente entra no papo das mulheres em crise aos 20-e-muitos-,-30-anos, que resolvem escrever como forma de terapia, “exorcizar demônios” ou o que quer que motive as pessoas a escreverem sobre si mesmas – o problema é que elas não apenas publicam como sempre tem mané que lê e adora a forma coloquial como as pessoas falam de si mesmas, aí acha que pode sair escrevendo (porque afinal qualquer mulher em crise consegue escrever coisas ‘do fundo da alma’, não é mesmo?) e – surpresa – escreve sobre si mesmo, ainda que disfarçado de um ou outro personagem pitoresco – e nessa nada evolui.

(propaganda sutil: leia Arnaldo Branco esculachando Fernanda Young. Leia Arnaldo Branco esculachando Fernanda Young)

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E, bicho, acabei de fechar mais um livro do Jorge Luis Borges e abrir um do James Joyce, saca? Não dá mais pra achar que literatura-de-blog é legal. Não consigo acreditar que as pessoas realmente gostem de ler coisas que só dizem respeito a quem escreve (“meu umbigo tem flunfa”, “meu umbigo é saltado pra fora”, “meu umbigo trancou a faculdade”, “meu umbigo está em crise existencial”, “meus amigos abandonaram meu umbigo”), por isso ainda me esforço pra fazer recomendações de coisas que podem interessar, como filmes, livros ou discos.

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Porra, bem lembrado, tenho me esforçado pouco:

– Vou deixar pra recomendar o cd do Canastra (“Traz a pessoa amada em 3 dias”) quando o próximo número do Tarja Preta, jornal/revista/zine batuta do Matias Maxx (aquele moleque que se metia no meio de qualquer show em 98 pra tirar fotos, e batia com o carro em algum poste parado toda semana, na mesma época, e de repente virou caléga do Manu Chao). Na verdade, recomendo o cd desde já (e, de quebra, o Tarja Preta), mas como deve sair uma resenhazinha minha do disco no próximo número, vou manter o suspense por aqui.

– Enquanto isso, fiquem com o Nervoso, que já passou pelo Beach Lizards, Acabou La Tequila, Matanza e Autoramas. Nervoso (que combina cada vez menos com seu nome artístico), agora em carreira solo, acaba de lançar o gostosíssimo “Saudade das minhas lembranças”, um longplay recheado de róques românticos para enlouquecer mocinhas em programas de auditório – se programas de auditório tocassem música boa, é claro. Quase um Tom Waits com sotaque carioca, quase um Lupicínio Rodrigues, se este fosse chegado numa guitara distorcida.

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Você queria jabá? Você TEM jabá: os dois discos podem ser encontrados com o Rodrigo Lariú, em shows ou no site do Midsummer Madness, aquele zine bacana que virou selo e hoje distribui umas coisas muito interessantes – te garanto que mesmo que você torça o nariz pro termo ‘indie’ (o mais associado ao Midsummer Madness, por motivos óbvios), vale muito a pena vasculhar o catálogo do selo do Lariú, que até pouco tempo atrás tinha até disco do Sapatos Bicolores – tudo, é claro, por aquele precinho camarada que só os discos independentes fazem pra você.

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