Que vaciiiiiiilo!

-Como assim você nunca ouviu ‘A Lenda, Bróder’?

Errr.. nunca ouvi ‘A Lenda, Bróder’ (o nome correto é ‘A Lenda’, mas não dá pra não falar ‘a Lenda, bróóóóder’). Soube pelo meu pai que um coleguinha de infância é dj do Quinto Andar, grupo do tal do De Leve, e merece parte da culpa por isso. Minha irmã corre no quarto, pega o aparelho de som com o cd do sujeito, e liga o som.

A lenda, bróder.. Fre-fre-frenético

No começo, achei bem fraco, mais um rap genérico com uma daquelas batidas já batidas, uma voz parecendo ter o pitch alterado no pro-tools pra ficar com ‘voz de anão’, um texto ‘nada com nada’ com umas vozes de fundo.

Que vaciiiiiiilo!

Lá pelas tantas, parei de achar ruim e já estava rachando o bico de rir enquanto ouvia frases como “Eu não chamo minha avó de cumpádi, chamo ela de meu bróóóóóder”.

Então que a galerinha ‘cult’ já cultua isso há algum tempo; aí começaram a escrever sobre o De Leve e descobriram que o pessoal dele era bom mesmo; ‘bom’, que eu digo, é sobre a qualidade da produção mesmo, porque o próprio admite que faz músicas toscas; aí, bem, ficou famoso e foi a vez dos teens descobrirem — minha irmã, claro, animadíssima dizendo que as amigas dela adoram e levam ‘A Lenda’ suuuuuper a sério!

Isso não pode ser sério – e, de fato, não é, ‘A Lenda’ foi feita de sacanagem mesmo, nem foi pro disco porque era tosca demais (que vaciiiiiilo!) – e por isso mesmo é muito foda e virou minha recomendação de hoje.

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