Num só dia, mandei uma telemensagem e andei numa van com uma mulher que era os córnios da Lady Di. No rádio da van tocava Biafra, só pra completar.

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Esqueci de mencionar: esses dias, saindo do elevador do meu trabalho (há um teatro no prédio), me deparo com aquela figura pálida e esquálida de um conhecido diretor de teatro ‘hermético’, ‘autoral’ demais, cujas peças são viscerais demais e, bem, o cara é o culpado pelo espetáculo mais chato que já vi na minha vida (perdendo, talvez, para o auto de Natal do Palhaço Topetão no Shopping da Gávea às vésperas do Natal passado).

– Puuuutz, aquele não era o..? Perdi a grande chance da minha vida!

– Era ele mesmo! Você queria pedir um autógrafo?

– Claro que não, putz, perdi a chance de cometer um atentado para o bem da humanidade.

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Tem também a dos dois poodles brancos fazendo a conaissance por intermédio de suas donas, numa esquina aqui de casa. A fêmea de lacinho e sapatinho (tá, sapato num animal que tem a sola das patas feita para não precisar de cobertura impõe uma involução da espécie – afinal, você está suavizando a estrutura natural que o bicho tem e transformando seu poodle – porque nego só põe sapato em poodle – num animal frágil, que precisa de sapatos para andar) e o macho (err.. existe poodle branco felpudo macho???) cheirando a fêmea, enquanto as dondocas conversavam.

– Parece ‘Namoro na tevê!’.

Então pensei com meus borbotões: “legal mesmo. ainda tem gente que não tem essa coisa fraca desse ‘Fica comigo’ como referência”. Aí lembrei que nas ruas do Leme, o tempo não passa. É só olhar pra Elke Maravilha, ilustre moradora, que não envelhece por nada nesse mundo.

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E tem a do transatlântico que navegava calmamente, como um elefante gigante, branco e sereno, nas águas de Copacabana, a uma distância relativamente perto dos banhistas, e eu só vendo aquela belezura fascinante do outro lado, e era uma cena linda mesmo. Fantástico e felliniano. Só estando lá pra entender.

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