Memórias
Devido à quantidade de aniversariantes do final de fevereiro e início de março na minha família (assim como os do comecinho de novembro) alguns aniversários costumavam ser celebrados em blocos na época em que todos morávamos na mesma cidade. Lembro que a casa da minha avó tinha uma copa com uma mesa enorme, e cada tia levava um doce diferente, nhammm. Eu, minha avó, minha madrinha, minha tia mais velha e seu marido, o pessoal do “final de fevereiro” cantava parabéns, e em volta, toda a família e também alguns amigos da família – a vizinha que tinha uma lojinha num puxadinho construído em casa, onde vendia as bugigangas que trazia do Paraguai; a quase-vizinha amiga da minha tia, também enfermeira; a casa sempre teve vários agregados. O parabéns era um só, o derrama senhor era geral, mas acho que no rá-tim-bum era quatro vezes cada nome – não lembro direito. Só sei que eu estava fazendo uns nove ou dez ou onze anos e, num acesso de vergonha ou constrangimento sei lá por quê, entrei debaixo da mesa na minha vez.
Lógico, levei um puta esporro do meu pai.

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