Então que está rolando o Festival do Rio, esse mega festival de cinema que toma a cidade inteira, desde os cineminhas-cabeça do Estação até as lonas culturais de Realengo, e ainda espirra em Niterói – e aí que hoje fui ver um filminho chamado “Bollywood Queen”.
As sinopses do filme são unânimes em falar da historinha de amor: Geena, filha de indianos vivendo em Londres, acredita que encontrou o amor de sua vida em Jay, rapaz do interior da Inglaterra. Ambos terão que lutar contra suas famílias tradicionais para conseguirem ficar juntos.
Previsível? Em parte, sim.

O que ninguém conta é que, mais do que uma metáfora para tentar ilustrar os sonhos da protagonista, o título do filme é apropriadíssimo: vá assistir a “Bollywood Queen” (quando entrar em circuito, já que a última sessão do filme no festival começa em dez minutos) sabendo que é uma sátira aos filmes de Bollywood, a indústria cinematográfica indiana, conhecida mundialmente pelos baixos orçamentos, interpretações canastronas e números musicais completamente fora de contexto – então, “Bollywood Queen”, apesar de falado em inglês, é um perfeito espécime do gênero. Não obstante o fato de Geena toda hora abrir a boca para cantar, os números musicais surpreendem, seja pelo fator ‘tosqueira’ (esqueça o lipsync), seja pelo fato da maioria ser em hindi (idioma que a protagonista reconhece não saber falar, embora cante!!), seja pelos figurinos maravilhosos. Junte isso à trama que envolve ações mafiosas, e a “West Side Story indiana”, no limite entre o trash e o ruim mesmo, se torna algo quase imperdível. Ou, ao menos, bastante divertido.

Deixe uma resposta