Passeata do Orgulho Indie

Não me agrada a idéia de me auto-rotular “indie”. Do mesmo jeito que eu não sou punk por gostar de punk rock, nunca subi numa prancha (nossa equipe de pesquisa não encontrou registros válidos do episódio “tentativa frustrada de bodyboard aos 14 anos, em Cabo Frio”), apesar de amar surf music, tenho um computador e trabalho nele, e só isso já basta para que eu não viva como nos anos 50, apesar de amar rockabilly e sons da época.

Indie é uma fase pela qual as bandas têm que passar. É a fase de bater perna e correr atrás de show, porque não vai ter empresário que faça isso por você. De produzir e divulgar seu próprio som, porque ninguém está pagando jabá pra tocar em rádio. De existir, independente de público – ou falta de.

Tentei ter uma banda recentemente, mas incompatibilidade de horários, orçamento e divergências musicais me impediram de continuar – mas vamos supor que eu tivesse uma banda e me dedicasse a ela.

Eu sei que não teria público, ainda mais aqui no Rio de Janeiro, onde não há uma ‘cena’ rocker como a de SP, por exemplo. O povo aqui não aceita muito bem topetes, carrões e baixos de pau. Mas eu GOSTARIA de tocar em rádio. Ficaria feliz de ir ao Faustão ou sentar no sofá da Hebe. Acho que quanto mais gente conhecer o que eu gosto, melhor. Gostaria de ganhar cachê por show, gostaria que todas as pré-adolescentes cantassem minhas músicas medíocres (é, eu sou uma compositora RUIM), que todos os caras tivessem poster meu na porta do armário.

Não sinto orgulho nenhum em ficar no ‘underground’ pro resto da vida. Também ficaria feliz com um público modesto-porém-fiel, mas é óbvio que, se eu me dedico a uma banda, quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar, quero ver o seu corpo dançar sem parar.

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Isso tudo é pra dizer que EU NÃO SOU INDIE, apesar de achar o “The sound Of Speed”, do Jesus And Mary Chain, um puta disco foda – tou ouvindo ele agora e quase chorando de emoção; apesar de recomendar fortemente o “Tone Soul Evolution”, do The Apples In Stereo; de ter uma tatuagem do Pixies e de achar os Boo Radleys a salvação do rock, mesmo que ninguém entenda.

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Pra provar que eu não sou indie, coloquei aqui um presentinho super pop pra vocês.

O nome da pérola é “Fantasmas A Go Go”, de uma sujeita chamada Celia, e está numa coletânea “Spanish Bizarro”. Sente o nível da coleta: há uma versão em espanhol de “Space Oddity”, do Bowie.

Também ando ouvindo bastante Los Salvajes, uma banda-de-garagem espanhola dos anos 60. É que, por falar em versões, eles têm uma versão em espanhol para “A Girl Like You”, do The Troggs, que é o fino.

Então, baixem “Fantasmas A Go Go” já e tenham a noção do que essas coletâneas hispânicas dos anos 60 estão fazendo comigo.

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E ontem, depois do episódio da janela, faltou ficar parada em Laranjeiras de madrugada, esperando o seguro do carro do amigo aparecer, e o elevador parar entre um andar e outro, lá pelas três da manhã.

Mas há males que vêm pra bem, e ainda sinto os efeitos das benesses que essa seqüência bizarra de acontecimentos me trouxe.

Sério, cara. Não estou sendo Pollyanna não. Sideibem. Mesmo. Depois de uma maré de azar sempre vem algo bom. Hoje foi um dia lindo.

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Domingo, oito horas. Hora de “Monk”!!

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Que má amiga!!

Esqueci de falar que conheci a Gabby ao vivo na 6a feira, e ela é uma fofa!! Yay!!

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E como eu não estou conseguindo comentar lá na Livia, recomendo fortemente que vocês cliquem lá JÁ e vejam o “Separados no Nascimento”: Cristina Aguillera e Dee Snider.



Cliquem , sério. Tem mais fotos. A Livia é foda e ponto final.

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