Os comments definitivamente não estão ajudando.

Podem clicar no nome aí embaixo do post e mandar e-mail, pessoas. Sem timidez. Vamos lá. Ter feedback sempre é bom.

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Peguei aqui:

LIA f Italian

Variant of LEAH or a short form of names ending in lia.

LEAH f English, Jewish, Biblical

Pronounced: LEE-a

From the Hebrew name Le’ah which was probably derived from the Hebrew word la’ah meaning “weary”. Alternatively it might mean “mistress” or “ruler” in Assyrian. In the Old Testament she was the first wife of Jacob and the mother of seven of his children.

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“Mistress” ou “Ruler”.

Bom.

Vou tirar proveito disso.

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Seu Walter

Eu não vivo 100% do tempo nesse tempo em que vivo. Às vezes vou muito adiante, outras vezes volto como se nunca tivesse saído de uma década distante no passado. Na maioria das vezes, no entanto, pesquiso, leio livros, vejo fotos, para conseguir lembrar de algo que não vivi.

Então tem esse senhor que vende livros usados numa ruazinha perto da minha casa, perto de onde trabalho, caminho para onde almoço todos os dias. Certa feita, à tardinha, precisei me aventurar por essas bandas – vou fazer uma hora, ver se o pub está aberto, dar oi ao barman, meu sobrinho ‘emprestado’ (não posso ter sobrinhos nos próximos dez anos, a julgar a diferença de idade e estilo de vida dos meus irmãos), e voltar para casa. Coisa rápida, dormir cedo.

Eis que fui pega de surpresa por essa caixa de cartões postais na banquinha do senhor que vende livros. Seu Walter. Que pede para chamá-lo só de Walter.

A Recife p&b dos anos 60, ali, se misturava a Buenos Aires e Macchu Picchu, e no meio consegui encontrar um Moulin Rouge parisiense e dois postais fenomenais de dançarinas tahitianas e polinésias. Seu Walter, perdão, Walter, me mostra um cartão feito à mão por uma garotinha nos anos 70. Me dá de presente um adesivo (já sem cola e amarelado) das Aerolineas Argentinas. Primeiro perguntou se eu era mesmo brasileira. Então começou a contar.

Conta que largou a família há meses para se curar de um vício, conheceu um mendigo que tomava conta da banquinha de livros e agora trabalha para ele. Conta que, com seu novo patrão, aprendeu coisas que em anos de vida não havia aprendido. Conta que tem uma filha da minha idade, recém graduada, atuando na minha área, e conta pra onde preferiu ir, em vez de arruinar a vida da mulher e da filha, mais ainda, perdendo – além dos bens materiais por causa do tal vício – o amor da mulher. Conta que aquela loirinha que veio ver os livros é uma garota ‘da vida’, pensou em emprestar um Nelson Rodrigues mas lembrou que a vida destas meninas torna até Nelson Rodrigues desinteressante, então indicou um livro sobre o Chacal, o bandido que virou filme recente com Tom Cruise, Val Kilmer, sei lá.

Somos abordados por uma senhora com um forte sotaque francês que diz que o mendigo dono da banca “est mort”, mas até onde sabemos, não está. Falamos de literatura, de postais e de força de vontade. Aprendi um bocado em 20 minutos de prosa com Seu Walter. Mas, acontece, a vida me espera, e eu precisava ir ao banco pagar uma conta.

E destes minutos em companhia das histórias de Seu Walter, ficaram boas lembranças e seis cartões postais de lugares que nunca visitei, em épocas que não vivi.

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Lírico, não?

Então pra quebrar o clima, PUTA QUE PARIU, GAROTINHO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DO ESTADONÃO!!!!

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