Yay, pessoas, obrigada pelos parabéns.

Eu sei que está em cima da hora, mas olha só, o Puebla é um lugar público. Não é restrito. Estarei lá, e nada impede que quem quiser ir apareça também. Ainda não tenho o poder de fechar lugares. Ok, só esclarecendo.

* * *

Sim.

Nessa época do ano, sempre me vem à cabeça “G.R.E.S.”, do Pato Fu. “Eu não gosto dos G.R.E.S./ mas em fevereiro/ tenho que suportar os G.R.E.S./ no carnaval…”

Por incrível que pareça, os G.R.E.S. não têm me incomodado, e isso, por MAIS INCRÍVEL AINDA que possa parecer, me incomoda – não as escolas de samba, que até que tenho conseguido manter alguma distância (carnaval já é semana que vem e ainda não ouvi UM samba-enredo de 2003), mas essas manifestações locais, carnaval de rua, bandas de associação de bairro, essas coisas legais – criancinhas vestidas de baianinha, havaiana, comendo cachorro quente..

Meu parâmetro é a Rua Nóbrega, em Niterói. O carnaval da Nóbrega era tradicionalíssimo em Niterói – e morreu.

Não que tenha morrido totalmente. Mas hoje, passando pela Prado Junior e ouvindo um carro de som tocando “Aurora” (“se você fosse sincera/ ô ô ô ô/ Aurora/ Ai meu deus que bom que era..”), caiu a ficha – não existe mais música de carnaval. O que existe hoje é uma bateria ensurdecedora com uma letra por cima tipo “o esplendor.. ô ô – do índio do Brasil – e o ano dois mil? O ano dois mil, Cabral, olhaí Cabral! Cabral e o esplendor de sua nau! E a _insira nome da sua escola aqui_ na Sapucaí!”, e essas marchinhas gostosas sumiram. Puf! Bailinho de criança que toca “Egüinha Pocotó”.

Não existe mais aquele espírito de carnaval, de diversão – nego espera carnaval pra perder a linha, pra beijar o máximo que conseguir, bando de enrustidos que não têm coragem de perder a linha normalmente, num fim de semana normal, que precisam dessa desculpa “Carnaval pode”.

Não existe mais carnaval pra família, e mesmo o desfile das Escolas de Samba é pra turista ver – mesmo, as escolas estão muito preocupadas com a vista aérea e a Riotur, com vender bons lugares para turistas.

Assim, complica.

Então, carnaval pra mim virou sinônimo de ler um bom livro e não ter que acordar às 6:45 durante 4 dias. Sem perder a linha – ou perder apenas a minha cota NORMAL. Sem samba-enredo. E, infelizmente, sem “Aurora”.

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