Vi “Spider” no fim de semana.
Confesso que já vi Cronenbergs melhores.
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“Gêmeos – mórbida semelhança”, por exemplo. Ou “A Mosca”.
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Aliás, olha só..
Kronembier mais Carlsberg igual a..
Issaí. Cronenberg.
Pode rir, foi uma piada.
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O Peso Da Idade
Acabei indo à Maldita ontem.
E pensar que tudo começou num show do Big Trep com Gangrena Gasosa no Circo Voador há quase dez anos atrás. Ou no Bedrock, em Niterói. Ah, o Bedrock e o Bougainville..
Eu ia divagar aqui sobre o fato de ir à Maldita desde que era no Bukowski, ao Bukowski desde que era na Paulo Barreto, à Loud desde que era no DA da ECO-UFRJ (acho que fui na segunda, que teve show do Essential Tension), à Casa da Matriz desde que era na Rua da Matriz, antes de ser demolida.. à Bunker desde que abriu, à Alienation desde que era na Ghetto, e ao Freezer Playground ouvir o Dodô tocando de tudo, e só não fui à Dr. Smith porque era no Rio e eu morava em Niterói e só fui sair no Rio depois dos 18 anos – aí a Dr. Smith já tinha ido pro saco, a Bang também, e idem a Basement – mas eu fui naquela reabertura bizarra. E ia na Eletroboogie, festa do Edinho, na 1910, ali na Av. Atlântica. E um dia, na Ghetto, um colega meu me deu a demo da banda de hardcore dele, disse que era legal, eu ia gostar, não botei muita fé mas ouvi e achei genial, resenhei pro Conga Conga Conga, e um dia os Los Hermanos estouraram. Quantas músicas, quantas bandas, ah a época de Pelvs, Cigarettes (que nunca gostei muito, confesso) e Los Djangos, e Autoramas com Nervoso na bateria. Ir pra Teresópolis ver os Autoramas e Los Hermanos num porão fedido. Ir pro Garage sem saber como voltar e pegar ônibus pr Niterói na Praça XV de madrugada, só pra ver alguma banda bizarra. Pra não falar das bandas de Niterói. Ê sessão nostalgia.
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De como eu encontro gente que encontrava desde essa época (idos de 97, 98), e de como viraram meus amigos. De como cada vez mais eu vejo pessoas novas, que têm a idade que eu tinha quando comecei a ir para esses lugares.
De como sempre aparece gente nova curiosa pra conhecer essas festas (porque agora viraram pop) e que não imaginam que o dj Gordinho um dia foi.. gordinho. Entre curiosos que acabam gostando e pessoas que começaram a ir há poucos meses e SE ACHAM ‘rock’, foi mal aê.
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Sabe, sempre gostei de descobrir coisas e lugares e acompanhar seu processo de popularização com um certo brilho nos olhos, aquele brilho de “que legal, era indie e deu super certo, longa vida a eles”. De ver a renovação do público com bons olhos, ver a moçadinha nova saindo e repetindo as mesmas histórias.. é, é sempre divertido ver as garotinhas de dezoito anos ainda suspirando pelo Melvin.
Agora, quando começa a aparecer gente que nunca gostou (de uma festa, um grupo ou um tipo de som que sempre esteve lá, há anos, à sua disposição) posando de “sempre gostei disso”, comprando roupinha especialmente pra essas ocasiões, fazendo sinalzinho de metaaaal (GOSTA de metal? Já namorou metaleiro? pffff!), deslumbrados com esse “novo mundo”.. não sei se me chateia ou me dá uma certa IRCA. A mesma que me dá quando começa a aparecer aqueles bandos de caras que vão só porque tem ‘mulher maneira’ no recinto. Aí eu penso se realmente valeu a pena.
Pois é.
Na boa, não cheguei aos 25 anos ainda, mas vivi 12 dedicados ao rock, e acho que já estou pensando em aposentadoria. Tá na hora. Sabe como é, está batendo aquela arrogância de velha.
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E “Video Killed The Radio Star” é o HINO.
Mas hoje vou aloprar as meninas aqui do trabalho ouvindo o “Menorme”, do Zumbi do Mato, que não ouço desde que.. bem, não ouço há tempos. E é um dos melhores discos feitos por essas terras cariocas.