Já chorou de emoção hoje?
O fato é que estou há anos esperando por isso.
Em 1984, quando meu pai morava em São Paulo, eu já entendia o que eram as “Diretas Já”, e porque o PT era, pelo menos na opinião do meu pai, melhor do que os outros partidos. Mas eu não era nada, só tinha 6 anos. Aos 12, já andava de estrelinha vermelha na época das eleições. Não podia votar, mas tinha argumentos para defender o que achava que era bom, e sabia que queria ver o Lula no poder. Me fodi, nos fudemos, foi a vez de Fernando Collor. Nunca fui de fazer campanha e me meter com política, mas sempre fui da opinião de que, se tudo está uma merda, mudanças de regime são sempre bem vindas – sem, é claro, o radicalismo de um partido comunista, por exemplo. Então aos 16, na minha primeira oportunidade de votar, sabia que não era obrigatório até os dezoito, mas sabia que tinha que fazer aquilo. Deu Fernando Henrique. E depois ele de novo. E agora, finalmente consegui. Conseguimos. É esperar para ver no que vai dar, mas Luis Inácio está bem assessorado, perdeu aquele radicalismo todo de quando o PT era praticamente a única opção, soube achar equilíbrio em suas posições e propostas e está aí, presidente.
E eu aqui, chorando de emoção, ligando pra todo mundo, não consigo fazer uma ligação para a França, merda. Eu tou feliz. Agora sim eu tenho esperanças de que alguma coisa vai mudar pra melhor no país em que vivo.