Boletim Extraordinário das 12:18 – Eu vou queimar meu filme aqui, não, pior do que isso, vou atear fogo à Cinelândia, mas olha só, essa música do Cachorrinho da Kelly Key é foda. “Vem aqui, que a dona tá chamando…” (alguém vai gostar de ler isso, hah hah hah! oooolha as minhas aulas de dominatrix!), e aquela batidinha, e tudo o mais. Merda. Merda. Merda. Eu não podia botar nessa rádio. Daqui a pouco vou falar bem da nova dos Travessos, que é uma grande droga, mas sei lá, né? Os motivos pra gostar de música ruim são muitos. Pelo menos essa da Kelly Key é divertida. Não, peraí, estou lutando bravamente. “Ai eu tou muito feliz, eu agradeço a Nativa FM, o amor do Rio, minha casa vai ficar mar bonita”, “A Nativa é uma rádio verdadeira!” pô, essa promoção do caminhão de prêmios está me trazendo lágrimas aos olhos. Estou emocionada. Argh, Vanessa Camargo, tomara que essa faxina acabe logo antes que eu descubra que essa música também é legal. Não. Não é, mas ela canta bem melhor do que a média das cantoras por aí.. HEIN? Lia!!!! PÁRA!!!!! (som de chicotadas) Pára, pára, pára, Lia!!!!! Chega!!!! Passou dos limites.
Peraí.
Zeca Pagodinho.
“Você sabe o que é caviar? Nunca vi, não comi, eu só ouço falar”, musicão.
Esse é bom de verdade, certo? Ufa. Não perdi o senso, então.
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Boletim Extraordinário das 10:59 – Me amarro nessa música “Eu Acho Que Estou Perdendo Você”, da Roberta Miranda. Repara no corinho de garotas fazendo “aaah ah” no fundo. E nos riffs de guitarra. E no refrão “diz que não – não – diz que não – não”.. porra. Eu devia fazer isso mais vezes. É, ser cool 100% do tempo NÃO DÁ, caras.
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BOLETIM EXTRAORDINÁRIO BONECA!!!
Depois de um ano nesse apartamento, fazendo faxininhas esporádicas à base de vassoura, paninho e aspirador, e depois dos últimos meses negligenciando meu lar (ah.. é uma longa história.. tem a ver com ficar deprimida, com minha casa virar sinônimo de estar sozinha, essas coisas ruins, e também com não saber gerenciar meu tempo, mas agora que sou obrigada a acordar às sete todo dia, tudo ficou mais fácil), chamei uma faxineira profissa (obrigada, Aline, pela dica – a Denise é um amor!) e estamos aqui revolucionando esse lugar. Ouvindo Nativa FM, Sandy, KLB, essas coisas. Ah, cara, me deixa, eu tou cantando Sandy junto enquanto separo roupa pra lavar, estou no mood pra isso, ninguém pode ser cool 100% do tempo.
Está no meu direito, e deus (que não existe tal qual imaginamos, mas é uma boa metáfora mesmo assim) me viu e fez o programador tocar “Do You Wanna Dance”, com o Johnny Rivers.
É isso. Deixa eu voltar aqui que o clima está ótimo, e minha casa com parede rosa, sofá de oncinha, brinquedinhos, pôsters de sci-fi e letra do Monty Python na parede enfim vai virar meu lar, doce lar.