Eu devia estar dormindo, amanhã voto em Niterói – e cedo, se quiser voltar para o Rio a tempo de ver os Netunos – mas passei aqui só pra dizer que se vocês quiserem ver algo realmente esquisito, arrumem o videoclipe de “Jocko Homo”, do Devo. Bizarro, freak, estranho, tudo isso é pouco pra definir esse vídeo dos caras.

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“Nos Embalos da Motown”

(tal como postado numa lista de discussão do Yahoogroups)

Pra quem não sabe, é um documentário sobre os Funk Brothers, o grupo de músicos de estúdio da Motown – aquele som característico da Motown é obra deles e de suas excentricidades e genialidades.

A trilha sonora do filme é, obviamente, maravilhosa – só os clássicos de Marvin Gaye, Martha Reeves, Stevie Wonder, The Four Tops e outros ilustrando as cenas do documentário, intercalados por cenas de um show recente, já com a segunda e atual geração de músicos dos Funk Brothers – todos os membros da formação original já se foram – com participações de Ben Harper, Joan Osborne, MeShell Ndegeocello, Chaka Khan e Bootsy Collins (aquele freak). Os personagens são interessantíssimos – e eu que sempre achei Les Claypool (do Primus) o melhor baixista da história do Baixo, agora coloco ele pau a pau com James Jameson.

Um dos focos do documentário é o ressentimento dos Funk Brothers em relação ao seu não-reconhecimento: só na gravação de “What’s Going On”, de Marvin Gaye, que seus nomes foram creditados num disco – mas aí já era época de British Invasion nos EUA e atenção para a Motown se dispersou – umas inovações, como a introdução do Wah wah aqui ou ali, mas a menção à gravadora de Detroit já não causava mais tanto frisson.

Outro ponto importante são os personagens reais e extremamente carismáticos. O diretor soube tirar o máximo dos músicos, dando uma vida pessoal e historinhas curiosas de banda pra contar, além das informações técnicas para músicos. Isso é fundamental num documentário.

Uma curiosidade que notei foi que a) quando eles falam do novo som e padrões de produção de áudio surgidos nos anos 60, o nome de Phil Spector sequer é mecionado e b) Michael Jackson também não merece uma palavra.

Olha, “Nos Embalos da Motown” é um filmaço, emocionante pra caramba tanto pra quem curte as músicas como pra quem vive de música.

Recomendo a todos.

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