da série: também, não expliquei mesmo

Estou ficando cada vez melhor nisso. Sabia que eu ia sair mal dessa, só não sabia que ia ser assim.

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Nessa edição da Mood tem uma matéria minha sobre o suposto retorno da música brega ao gosto popular, junto com uma matéria do Nix sobre o show do Buddy Guy.

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Se você perde a fé em algo “maior”, “acima de todos nós”, você pensa racionalmente, não? Se você começa a acreditar em premissas absurdas – tipo uma invasão de ETs no seu quintal – e mais, se sua vida de uma hora pra outra é regida pelo temor a algo maior do que você, então você tem fé sim – em outra coisa, mas o nível de insanidade do cara é basicamente o mesmo. Só pra dizer que a premissa do filme foi mal elaborada – e o filme é todo galgado em coincidências que culminam na… chega, parei por aqui. O fato é que tanto o discurso de que “tudo o que você faz pode ter conseqüências no futuro” quanto a escola Syd Field de roteiro que diz que nada e nenhum elemento de cena e nenhum diálogo deve ser inútil tornam “Sinais” um filme previsível – ainda mais se você conhece os outros filmes de M. Night Shrubbery (TAAAANNN!!! – n. da r.: peguei a grafia correta do termo Srubbery aqui, no script completo de Monty Python & The Holy Grail), então, se você conhece os outros filmes de M. Night Shrubbery (TAAAANNN!!!) você já presta atenção aos detalhes sutis, porque sabe que se não ligar os pontos, perde o raciocínio de como ele chegou àquele final.

Certo, mas os detalhes em “Sinais” não só são sutis como um hipopótamo plantando bananeira como o final não surpreende. Ok, ok, M. Night Shrubbery (TAAAANNN!!!) não precisa viver segundo sua fama de “o diretor dos finais surpreendentes”, mas não precisava apelar pro patético, pro caricato. Toda aquela coisa legal de um bom filme de suspense, em que você tem medinha de voltar pra casa sozinho, se perde quando.. quando… merda, vou acabar contando. Bem, se você já viu o filme ou não pretende ver, selecione esse parágrafo todo porque tem um texto escondido no final. Se não viu e pretende ver, leia normalmente.

[início do texto]“Sinais” poderia ser melhor se ficasse apenas no suspense psicológico, naquela família toda surtando, nas crianças piradas. Toda a graça do filme se perde quando os ETs viram criaturas PALPÁVEIS e FEIAS. Se eles nunca soubessem o que aconteceu, por exemplo. Mas não, aquela água toda, que faz você prestar atenção e elaborar teorias a respeito dela.. a cena gratuita do policial elogiando as habilidades do rapaz no beisebol, o que faz você se ligar de que aquilo vai funcionar no final.. e as garras do inimigo sempre aparecendo. Cara, isso tira todo o potencial de suspense do filme e transforma “Sinais” num desses filmes trash com criaturas de borracha – ou pior ainda, deixa o filme numa posição meio cá meio lá.. totalmente perdido e não diz a que veio. Mas é claro que isso é apenas minha opinião e, mesmo assim, curti. Puta filme da Troma.

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