Sabe a sensação de alívio de quando você abre o envelope e está lá, piscando, com luzes e fogos de artifício “Não Reagente” (e de quebra, seu nível de glicose é perfeitamente normal/baixo, quando tem histórico de diabetes na família e vive comendo doces)?

Duvido que você saiba.

Ninguém faz essa porra desse exame de HIV.


Na verdade, FAZ. Faz depois que já trepou sem camisinha. Faz quando apresenta complicações, provavelmente decorrentes da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Faz quando apresenta sintomas de sífilis ou hepatite. Faz depois que já fez merda.

Eu confesso, fiz merda. Foi a merda mais gostosa da minha vida, mas fui irresponsável sim. E não foi uma só vez. *doze chicotadas nas costas, Lia*

Na verdade, minha única demonstração de bom senso foi fazer esse exame num momento ótimo, quando estou perfeitamente saudável, arrumei um trabalho legal, tenho amigos maravilhosos e um cara que eu amo do meu lado – porque qualquer notícia que viesse, eu encararia bem. Qualquer tratamento que tivesse que começar seria bem sucedido, porque não tenho sintoma de nada pra me atrapalhar, não deixei pra fazer depois que já estou fudida, porque NÃO ESTOU FUDIDA, entende o que eu quero dizer? – e, em caso positivo (Deus queira que não, e nessas horas até esqueço minhas convicções científicas e falo em Deus), descobrir LOGO evita que você chegue a um estado crítico. ENTENDEU AGORA?

O que eu quero que você entenda é que esses exames de sangue são fundamentais. Porque você diz que usa camisinha sempre, mas às vezes esquece. Porque ela é tão bonitinha e doce e boa menina, que não tem doença nenhuma. Porque você tem tatuagens e não viu a agulha sendo aberta na hora. Porque você se descontrola com açúcar. Porque, tirando diabetes, você pode estar passando alguma coisa pra alguém – nem que seja um funguinho, uma herpeszinha, algo “menos importante”.

Menos importante é o cacete. Vai lá e faz, não dói. Nem tem mais aquelas ampolas horrorosas, o sangue já sai direto no potinho da amostra. Se for pelo plano de saúde, você nem paga. Vai por mim, é um bem que você estará fazendo a você, ao seu parceiro (ou futuros parceiros), ao sistema de saúde da sua cidade, à sua família.

Vai lá, eu tou aqui esperando, e pode contar comigo pro que der e vier. Mas eu espero, sinceramente, que você venha me contar todo animado (a) que deu “Não reagente”.

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