Cambiale las pilas


Cambiale las pilas

Sexta feira de madrugada e eu aqui em casa ouvindo Richie Valens numa coletaneazinha pra lá de simpática, lançada pela Del-Fi, ex-selo contratado da Abril. Normal, o namorado trabalha, eu moro longe da cidade grande, estou em fase final de faculdade, preciso terminar uma monografia. É bom mesmo ficar em casa. Só não consigo dormir. Ver a Linda Blair descendo as escadas como uma aranha e cuspindo sangue foi meio demais pra mim. Amanhã passa.

Valens é um injustiçado. Estava no mesmo avião que Buddy Holly, e não recebeu um quinto das homenagens do míope mais famoso do rock. Famoso? Alguém aí sabe cantar alguma música dele? Quanto a Richie Valens, todo mundo conhece ‘Donna’, ‘La Bamba’ e ‘Come on Let’s go’. Mas ‘the day the music died’ foi pelo Buddy Holly. Precisamos corrigir isso.

Bandas independentes e suas idéias geniais. O ex- Devótchas, atual Alcalina, de Fortaleza, veio com essa idéia genial de fazer camisetas, vender, juntar uma grana- das camisetas – pra produzir o cd e todo mundo fica feliz: a banda, que vai gravar, você, que fica bem vestido por um preço que nem a Hering mais básica cobra, e que de quebra, ainda vai ganhar o cd, se comprar 5 blusas. Pra não falar do puta marketing, imagina, eu aqui em Niterói circulando por aí com o nome da banda emborrachado no peito, olha que outdoor!

Se a banda é boa? Pela fitinha que veio junto com a minha camisa número 2, é sim. Pela mp3 que a Thaís mandou, já na formação atual e com nome novo, é muito boa mesmo! Imagine uma banda à la Pavement, com uma mulher que não só canta como canta muito bem! Acreditem, é autêntico. Tanto a banda, como o elogio.

Cambiale las pilas, diz o título desse texto. Meninas, reconheceram? Shhh, quietas então. Meninos, deixa eu contar: é de um super grupo de rock latino dos anos 80, com um grande pé no new wave, mas é rock sim. Tem ronco de motor no início das músicas (“Subete a mi moto”, “Indianapolis”), tem breque de bateria – aqueles em que a bateria acompanha só a voz, pra todo mundo cantar junto batendo palma – e riffs grudentos de guitarra. Pariu Maggie’s Dream e Ricky Martin, mas e daí? Tirando aquelas vozes de criança, a banda é genial, se escutada hoje.

Juro.

E por falar em cabeludos e guitarras e farofa no palco, hoje no trabalho foi dia de pegar mp3:
“Cum on feel the noize” – Slade
“Cherry Pie” – Warrant
“Owner of a lonely heart” – Yes
“Jump” – Van Halen
“I wanna rock n roll all night” – Kiss

E Genghis Khan, não a do Iron Maiden, mas a do Genghis Khan, aquele grupo que ia no Domingo no Parque, tudo vestido de bárbaro da Mongólia. Aquele “hu- ha- hu” é simplesmente genial! Bem, segunda feira cato umas do Twisted Sister.