Nós, terráqueos, saudamos David Bowie


“Dont you wonder sometimes about sound and vision?”

Antes de gravar fitinhas cassete, copiar e comprar CDs e vinis de David Bowie, eu já sabia quem ele era por uns discos do meu pai e porque o Rei dos Duendes era uma figura inesquecível. Mas foi a partir da adolescência que David Bowie começou a fazer parte da minha vida, assim, seriamente.
Nos vinis de “Hunky Dory” e “Space Oddity”.

Com “Outside”, descobri o que era um “disco conceitual”, li o conto do diário de Nathan Adler, ouvi as músicas e apreciei as artes. Aos 17 anos, entendi o que era um artista completo, e automaticamente elevei Bowie a um patamar acima de todos os outros. Porque sim. Só fui aprender o conceito de multipotencialidade quase vinte anos depois, mas entendi, ali, que era possível “ser multimídia”. E nunca mais larguei David Bowie.

“Oh, Ramona! If there was only something between us”

O EP de “Hallo spaceboy” me fez companhia durante os sete meses que passei fora do Brasil aos 18 anos. Com ele, a versão de “Under pressure” em dueto com Gail Ann Dorsey, “Moonage daydream” e “The hearts filthy lesson”. A versão dele em dueto com sua baixista sensacional é parecida com esta, de 1997 (o EP é de 1996):

Em 1997, tive a alegria de vê-lo ao vivo no Metropolitan. <3 <3 <3 <3 <3

Em 2003 ou 2004, tive a audácia de fazer uma arte com uma foto minha estilizada como em Aladdin Sane (mas o Fotolog acabou de sair do ar, então não tenho esperanças de resgatar isso).

Obrigada por ter tido inúmeras personas, figurinos, por ter se vestido como quis, ter feito a arte que quis quando quis.

Obrigada por “Love you til tuesday”, que ouvi em loop durante muito tempo (ainda ouço, claro).

Obrigada por “Earthling”, “Hours”, “Heathen”. Por me inspirar a tocar ukulele e por todas as vezes que disse que era devota de “São Bowie”.

Obrigada por “Lazarus”, que agora nos soa como um presente de despedida. Sim, ele lutava contra um câncer há mais de um ano. Provavelmente já estava ciente de sua morte, e conseguiu transformá-la em arte. Como tudo o que fazia.
* * *

No meu Facebook, é só rolar a página para ver toda a sorte de homenagens dos amigos, todos (ou quase) fãs. Tá bonito mesmo.

Tem gif animado:

Tem as homenagens do História por Música, do Sensacionalista e o texto maravilhoso do Alexandre Matias.

Tem mais gif animado:

(obrigada, Aline!)

Tem a entrevista relembrada pela Vivian Caccuri.

Como David Bowie mudou a história da música pop. Sim.

E tem Sound and vision:

Obrigada, David Bowie, por sua passagem pela terra. Nós, terráqueos, o saudamos.

 

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