Moacy Cirne, e mais umas coisinhas


Fui universitária na segunda metade dos anos noventa. Na época, já existia internet – mas em 1996, ainda estávamos descobrindo as possibilidades. Foi em 97, mais ou menos, que, inspirada por um fanzine que eu havia comprado numa bienal de quadrinhos poucos anos antes, por revistas que comprei no exterior (a internet não era ainda esse mar de conteúdo, e as páginas no Geocities e em servidores de universidades ainda eram bem precárias) e pelo ZineMutante, aquele evento que rolou em 96 no CCBB – eu tinha acabado de chegar de uma temporada fora, fazia oficina de quadrinhos, frequentava o Além da Imaginação em Niterói -, resolvi montar meu próprio zine. Cheguei até a cogitar estudar MAIS sobre quadrinhos, mas no final das contas, decidi fazer meu TCC sobre tecnologias digitais de produção e difusão de cultura – especificamente, como o mp3 estava mudando a indústria musical na época. Ainda assim, a gente tinha uma autoridade de quadrinhos lá na UFF, o Moacy Cirne, e era sempre um prazer conversar com ele.

Cirne também era fanzineiro – lembro de ter ficado muito feliz ao receber um exemplar do Balaio na UFF, e de descobrir em casa que aquilo era mais tradicional do que eu pensava. Lembro de ficar na dúvida se tietava Cirne ou não, já que eu já havia lido pelo menos dois livros dele antes de entrar na faculdade (acabei não fazendo nenhuma eletiva com ele, mas tendo boas conversas sobre fanzines, não tinha muita gente que curtia isso na UFF). Lembro de dizer que não gostava de poesia, EXCETO a de Chico Doido de Caicó. E aí, bem, soube hoje que Cirne faleceu.

http://superpauta.blogspot.com.br/2013/12/entrevista-moacy-cirne.html – Bela entrevista com ele!

Lá se vai mais um cara respeitado por nós aqui em casa – estudiosos, pesquisadores e amantes da arte sequencial.

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Agora sim, “Agentes da S.H.I.E.L.D” engrenou. Esse episódio 11 foi eletrizante, e deixou um gosto de “quero mais informações sobre a não-morte de Coulson”.

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Está passando La Dolce Vita na TV Brasil. Tou com um olho lá, outro cá, por recomendações médicas – preciso escrever, desenhar, criar pelo menos uma hora ppr dia – e porque já perdi uma parte significativa do começo mesmo. Mas os ouvidos estão ligadaços na esplêndida trilha sonora de Nino Rota para o filme. Os olhos, quando passam pela tela, gostam do que veem. Definitivamente, preciso tirar um tempo pra ver o filme do começo ao fim.

https://www.youtube.com/watch?v=UBjEUmKZG_I&feature=youtube_gdata_player

A vida é boa. Sempre digo isso, mas esses dias tenho tido ainda mais certeza. Eu sei, tem esses momentos chatos em que a gente se liga que pessoas não estarão mais conosco. Mas isso faz parte – e, no mais, a vida tem me tratado muito bem, sim. Obrigada por todas as oportunidades de aprendizado que tive, tenho e terei. Isso não tem preço.

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