Inception – ou melhor, um sonho metalinguístico


Eis que, no meu sonho, onde conversava com uma amiga querida sobre umas aulas que ela irá me dar, eu reparava bem no cenário – um pátio quadrado ensolarado que abrigava várias atividades zen – e chegava à brilhante conclusão: “Olha! Já sonhei com esse lugar! Parecia diferente, mas era esse lugar mesmo, tenho certeza! Em sonho, as coisas nunca são muito iguais à realidade, né? Sempre rola uma distorção. Mas já sonhei com isso, sim!”.

Porque, há algumas semanas, já havia sonhado com um cenário muito parecido. E sei que não era viagem minha de lembrar de um sonho dentro de outro sonho, pois lembro perfeitamente de ter relatado meu sonho do pátio zen-budista pela manhã.

No primeiro, não lembro da data correta, mas não faz muito tempo (pois a lembrança ainda é bem nítida), eu passeava ali pelo Jardim de Alah à noite. Naquela espécie de ‘ponte’ entre Leblon e Ipanema, tinha uma porta no final da ponte, com uma espécie de entrada para algo montado temporariamente ali, pessoas controlando entrada, como se fosse um evento. Não era um evento, era uma academia de ginástica. Por deus, não me perguntem, não faço ideia do que meu inconsciente pensou naquele momento. Sei que era um ambiente meio festa, evento, gente dando brinde e tals. Cruzei por aquilo ali meio sem graça e dei de cara com uma OUTRA porta. Um jardinzão de inverno, enorme, com várias atividades zen rolando. Eu queria saber o que era aquilo. Uma moça vinha me recepcionar, me levava para fazer um tour pelo local, mas deixava muito claro que aquilo ali não era pra mim.

Alguém explica?

* * *

‘Inception’ rolou essa noite. Eu tava entrando numa escola de música pra ter aulas com a amiga que se ofereceu (acordada mesmo, isso não foi sonho) para ser nossa preparadora vocal. Era uma espécie de casarão antigo, pé direito alto, eu tava lá esperando alguma coisa. Então chega a amiga e a gente vai pra uma salinha pra falar em particular. E essa salinha tinha uma parede aquário, tipo aquelas de estúdio, e a gente tinha que atentar para o fato de que, como num estúdio, as pessoas do outro lado poderiam estar ouvindo. Então olhei pra parede do outro lado e vi o mesmo jardim de inverno, só que um pouco diferente. Pra você ter uma ideia, ó:

Foi como se eu tivesse entrado pelo outro lado. E o lugar parecia um pouco diferente, mas era o mesmo. Menos pessoas meditando, era um clima um pouco mais descontraído, mas ainda era um lugar lindo. E, do outro lado, a porta que dava para a academia de paredes pretas que, vendo agora, parecia um estúdio de TV. “Olha! Já sonhei com esse lugar! Parecia diferente, mas era esse lugar mesmo, tenho certeza! Em sonho, as coisas nunca são muito iguais à realidade, né? Sempre rola uma distorção. Mas já sonhei com isso, sim!”

E, no sonho, comecei a me questionar se eu havia mesmo sonhado com o lugar ou se, na verdade, eu já tinha visto fotos ou visto algum lugar parecido, pois talvez só isso explicasse ‘sonhar com um lugar que eu não conhecia’.

Cara, até em sonho a pessoa cria teorias.
* * *

Também sonhei que via umas paradas – igrejas, paisagens do Centro do Rio – com filtros de instagram.

Vai entender…

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