Autoestima Extravaganza 01 – aceitação da autoimagem 4


Ando firme e forte nessa questão da autoestima, pois acho mesmo que ela está na origem de vários dos nossos problemas (quando ficamos presos a relacionamentos falidos, quando nos sentimos ‘fracassados’ profissionalmente, o medo de crescer, a autosabotagem…). Muita coisa poderia ser resolvida se acreditássemos em nós mesmos, se nossa auto-imagem fosse positiva.

Então resolvi fazer a pesquisa. 85 pessoas responderam. E as conclusões prévias são interessantíssimas.

Menos de 10% dos entrevistados está 100% satisfeito com seu corpo. Quase todo mundo mudaria algo, se pudesse. Alguns realmente podem – tirando um que colocou que “seria mais alto”, as mudanças apontadas se dividem entre mudanças que só dependem da força de vontade, tipo “perder barriga”, “perder uns 5 kg”, e mudanças que só podem ser resolvidas em sala de cirurgia.

Ou com a plena aceitação de que “seu nariz é assim mesmo e ei! qual é o problema??”.

Né, Rossy?

Fiz outras perguntas sobre relacionamentos e trabalho (na verdade, trabalho também é uma forma de relacionamento) e quase metade dos entrevistados está insatisfeita com o trabalho. Tenso, né não? Alguns estão fazendo algo para mudar esse quadro, outros admitem não fazer nada pra sair dessa situação. A maioria mesmo não se diz presa num relacionamento que não te deixa feliz – mas não está completamente satisfeita com trabalho ou com o corpo. Hum. E ainda dizem que não têm questões de autoestima a resolver.

* * *

Vou contar uma historinha. Aos 16 anos, surgiu meu primeiro fio de cabelo branco – que eu, prontamente, arranquei. Não nasceram 7 no lugar – quer dizer, sim, nasceram, mas não porque o pioneiro foi arrancado, e sim porque herdei os genes da canície tanto do meu pai quanto da minha mãe. Não apenas 7, mas… vários!

Os primeiros, eu arrancava. Os seguintes, passei a pintar. Foi recentemente, aos trinta e dois anos (estou com trinta e quatro) que me percebi num ponto muito atípico para as senhoritas da minha idade: tenho muito mais cabelos brancos que suas mães. E mais: PINTAR NÃO DISFARÇA CABELO BRANCO COISÍSSIMA NENHUMA. Aquelas mechas e mais mechas prateadas vão aparecer, ou porque o tonalizante desbotou, ou porque seu cabelo cresceu em duas semanas o suficiente pra todo mundo ver que você é grisalha.

Eu mudaria meus cabelos brancos se pudesse? Vamos aceitar a realidade: EU.NÃO.POSSO. Então a resposta é ‘não’.

E quer saber? Dane-se. Dane-se a “necessidade” de pintar cabelo – variar a cor por diversão é muito legal! Farei sempre! Mas… eu PRECISO disfarçar a “idade”? E eu lá tenho IDADE, cacete? E se tivesse, tinha que disfarçar por que? E naonde que cabelo grisalho é feio, meu deus? Olha isso aqui e me fala na cara que é feio…

Agora, se liga: pro meu “problema”, não há solução. Não há força de vontade ou tratamento que me faça voltar a ter cabelos castanhos. Pintar é um disfarce (malfeito), é um paliativo ruim. O que fiz, então?

REALCEI. Tou lôra de mechas. O que vocês gastam 160 reais pra fazer no salão, eu tenho de nascença. Como resultado, meus cabelos estão mais bem tratados (sem tinta… apenas umas mechas de 4 em 4 meses). As pessoas ESTÃO elogiando a nova cor (mas é claro! seu cabelo natural é o que MAIS combina com seu tom de pele, sempre). NINGUÉM diz que eu não retoco raiz há meses, porque as mechas se integraram ao grisalho. E se eu quiser variar depois e tonalizar de outra cor, OKAY, o que importa é que estou bem resolvida com meu, aham, “problema”.

Se isso não é ter autoestima, não sei mais o que é.

* * *

E não é só isso. Ainda tem mais. Trabalho, relacionamento amoroso, relação com os outros… vou contando as historinhas aqui, ao longo das próximas semanas, de como resolvi alguns problemas de autoestima.

Tomara que isso te inspire a resolver os seus.

Mas tomara, tomara MESMO, que você não os tenha.
(problemas de autoestima, claro. porque cabelo branco vai chegar de qualquer forma, espera só pra ver)


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4 pensamentos em “Autoestima Extravaganza 01 – aceitação da autoimagem

  • Ale Picoli

    Eu briguei muito com a minha imagem desde criança. Agora, 36 anos depois, aprendi a me aceitar. Isso não quer dizer que eu não queira mudar nada! Claro que quero, até pq agora minha saúde começa a reclamar de algumas coisas que nunca reclamou – e eu sempre fui uma gorda 100% saudável. Mas me prometi que nunca – NUNCA! – vou deixar de fazer algo pq "estou gorda". Eu SOU gorda. Sempre vou ser. Posso ficar menos gorda, mas SOU gorda, não é uma coisa passageira. Então no meu armário tem biquinis, sim, e eles saem pra passear! Eu entendo que é um longo processo – pra mim demorou pelo menos 28 anos e precisou de muita ajuda do Marcos – mas todo mundo precisa aceitar aquilo que realmente faz parte de si, mesmo que seja fora dos padrões impostos por aí.

  • Lia

    Pois é, Ale. Eu sei que vou continuar tonalizando o cabelo de vermelho, laranja, castanho, quando der na telha. Mas resolvi não me sentir mais OBRIGADA a isso, a pintar cabelo de 3 em 3 semanas, a 'disfarçar' algo que não faz o menor sentido (a idade? por que eu quereria disfarçar idade? mas… QUE idade, meu deus? minha canície não é sinal de idade, é genética!). Se aceitar é ótimo. Mesmo que seja pra mudar, sabe? Mudar porque VOCÊ quer, mudar pra variar um pouco, não porque 'a sociedade decretou que grisalho é velho, e velho é feio, e que gordo é preguiçoso' ou sei lá o que. A gente não tá falando de aceitar defeitos, de aceitar comportamentos neuróticos, de aceitar vícios ou comportamentos que podem prejudicar outras pessoas. É de aceitar seu corpo, uma coisa TÃO simples e TÃO difícil hoje em dia.

  • Anonymous

    uau, este post foi pra mim!tenho 29 e tô grisalha também,coisa que odeio!acho feio, e olha que não sigo padrões de beleza convencionais.o cabelo branco no rosto de uma pessoa jovem me parece desleixado, decadente.então acho que o fato de não curtir cabelos brancos em mim, no meu caso, não é auto estima em baixa, não.bjs,carol