Rodinho jogo duro


Num guento esses caras que vêm limpar o vidro no sinal. Pusta falta de respeito. Quem pediu? Que inferno. Não tenho trocado pra dar não. Faz sinal que não. Não. Caraca, maluco, tu não respeita, que inferno. Sinal abriu. Po, eu disse que não tinha trocado. Mal aê.

* * *

Caraca, limpador de parabrisa, essa bosta dessa água tem o que, hein? Pusta falta de respeito. Não, amigo, sem trocado. Não, não, não precisa lavar não, a gente não vai te… agora já era. Oh, droga.

* * *

Não, não, amigo, não, caaaaara, por favor, nããããooo! A gente lavou o carro hoje, nããããooooo. (já era) Taquiupariu. Sinal abre.

* * *

Amor, faz cara de psicopata, isso. Carnaval, tu com essa fantasia de Coringa ninguém vai mexer contigo. Caraca, nããããooooo, rodinho parabrisa nããããoooo!

* * *

– O carro tá imundo hoje, né?
– Pode crer. Se aparecer limpador de parabrisa no sinal, acho até que vou dar um trocado.
– Só porque tu falou, não vai rolar. Boto fé.

Leme – Botafogo – Laranjeiras – Santa Bárbara – Catumbi – Praça da Bandeira – Maracanã opa opa opa lavador de carro, vê se encosta no sinal, isso, e o cara com o rodinho e o detergente SENTADO NO MEIO FIO. Nem perguntamos e já olhou pra gente avisando:

– Não vou jogar água não que é falta de respeito.

Mas hein?

– Falta de respeito!

Oi?

* * *

O tempo do sinal aberto foi o tempo pra convencer o cara de que naquele dia, em especial, o carango precisava de uma lavada. 26 minutos foi o tempo exato para pararmos de rir da situação bastante atípica para os sinais de trânsito do Rio de Janeiro – quando você finalmente abre a guarda pro rodinho, o malaco desenvolve autocrítica. Só aqui mesmo…

Deixe uma resposta